quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tired

Pode ser só cansaço de final de ano, pode ser só cansaço físico e mental. Emocional, principalmente. Cansaço e uma vontade incrível de pegar uma mochila, colocar nas costas e sumir por alguns dias.

Preciso de novos ares. Fato.

Que venham as férias.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Quinto pecado capital: a inveja

E você acha que eu não queria ser como ela? Acha mesmo que eu não queria ser bonitona, descolada, viajada e ainda por cima ter aquele monte de fotos suas no meu álbum, assim como ela? Sim, eu queria. Eu também queria muito ter fotos suas me beijando na minha página do Facebook, pra todo mundo olhar e dizer: "ai, que fofos esses dois" ou até mesmo "ui, por que essa vadia existe na vida dele??"... Mas não, eu não tenho. Eu não tenho o cabelo dela, eu não tenho os olhos dela, eu não surfo, eu não sei dar piruetas no ar, eu nunca esquiei com você e nem muito menos viajei pelo mundo ao seu lado. Ok, eu também faço luta. Mas o que é isso diante de tudo o que o meu amigo Face me contou? Sou meramente a luva de boxe pendurada no seu chaveiro. Só. E mais emblemático, impossível.

E isso tudo pensando que eu nem sou feia, que eu nem sou tão careta e que eu nem sou tão enraizada a apenas um lugar... Mas ela... ela tem um quê a mais. Ela tem um alfabeto inteiro a mais. Ela tem - e sempre terá - um lugar eterno no seu coração. E eu tenho ciúmes disso. Tenho ciúmes de todo mundo dizer que ela era tããão gente boa, que ela era tããão bonita, que ela combinava taaaanto com você... E eu?? Eu também sou gente boa, eu também sou bonita, eu também combino com você. Ela é passado. Eu sou presente. E eu quero muito ser o seu presente. Pra sempre.

Dá pra entender isso?

Rehab

Todos os dias eu vivo a contradição de gostar de você e te achar um idiota.
Todos os dias eu tenho que escolher não gostar de você.
Todos os dias eu tenho que lutar para não deixar que o sentimento se sobreponha a minha razão.
Todos os dias.

E acredite, isso é bem difícil.
Ponto.

domingo, 16 de outubro de 2011

Coming back

...Aí a gente muda a nossa vida por causa de um cara. A gente deixa de acreditar em coisas em que acreditávamos, muda de bairro, de cidade, de estado, de país. Muda de comportamento, muda de amigos, muda o jeito de expor sentimentos. A gente muda acreditando que assim, desse novo jeito, as coisas finalmente darão certo. E aí, mais uma vez, a gente quebra a cara. Porque não interessa o bairro, a cidade, o estado e o país, ele sempre será ele e você nunca deveria ter deixado de ser você. Essa é a grande verdade. Se você precisa mudar por alguém, pode crer.... esse cara não vale a pena.

P.S.: Quantas vidas eu vou ter que viver pra aprender isso?

Be yourself.
Sejam todos bem-vindos ao Pra Que Mesmo?. Divirtam-se!

sábado, 17 de setembro de 2011

XXX

Antes de iniciar a leitura:
Boa parte deste texto foi censurada - já que todo mundo anda dizendo que me exponho demais por aqui - mas, na falta de algo que possa ser realmente publicado, coloco só um trechinho - e um trechinho do estilo "mais-paga-pau-impossível" rsrsrs
E sim, eu continuo muito de quatro pelo tal moreno alto. Mais e muito mais do que eu deveria até.


(...)
É estranho o que sinto por você. E o pior, essa coisa ao invés de diminuir, só aumenta. Incrível a capacidade de pensar em você em todos os momentos do meu dia... Você continua sendo o meu primeiro e último pensamento: quando abro os olhos, a primeira imagem que me vem é a sua, e antes de dormir, és a última coisa em que penso. No trabalho, em casa, na academia, não importa... tu estás tão presente em meus dias que chego a sentir raiva de como posso não estar presente do mesmo modo e com a mesma intensidade nos teus, já que ultimamente a minha vida se resume a ti.
(...)

sábado, 10 de setembro de 2011

Sobre pessoas inteligentes

Eu queria ser como algumas pessoas que conheço. Mas não sou.


Conheço algumas pessoas que gostam e desgostam com facilidade. Gostam, gostam, gostam, maaaas, se acabam o namoro, desgostam. Simples assim. Eu demoro. Demoro uma vida pra admitir – pra mim e para os outros – que estou apaixonada. E quando acaba, demoro mais tempo ainda para desapaixonar. Mesmo sabendo que terminou o relacionamento, tenho dificuldades para me desvencilhar da pessoa ainda amada.

Talvez, essas pessoas que desgostam com facilidade também sofram, mas escolhem – todos os dias – não mais sofrer ou querer alguém que não as quer mais. E eu não consigo ser assim... Saudosa que sou, perco horas do meu dia pensando em tudo o que foi vivido, idealizando e pensando como tudo seria perfeito se ainda fosse perfeito. Pobre de mim.

E estranhamente – ou infelizmente - quando eu olho ao redor, percebo que as minhas melhores amigas também são assim... E tenho pena da gente... Queria ser como aquelas outras, ou aqueles outros, que simplesmente partem de um relacionamento para outro em semanas. Podem até estar sofrendo, mas com certeza o sofrimento durará poucas semanas – ou dias - e ainda por cima não os impedirá de encontrar consolo nos braços de outros, que não os seres amados. Ah, como eu invejo essas pessoas inteligentes.

Exemplo prático: tenho um grande amigo que estava mega-ultra-super apaixonado... De repente, o romance subiu no telhado... Ele chorou horrores na primeira semana e na segunda já estava pronto para outra, marcando encontrinhos e curtindo baladinhas. Ele não deixou de amar de uma hora para outra, mas o fato de gostar de alguém que não o queria mais, não o impediu de sair e viver a vida sem a presença do ex. Assim que eu queria ser... mas eu não consigo! Por mais que eu saia de casa, passeie e viaje, meu coração fica lá, preso ao moço amado, endeusando a saudade imensa que ainda sinto dele. Conta a lenda que dor de amor se cura com outro amor, mas cadê disposição para procurar novos amores quando meu coração ainda está suspirando por alguém?

Nesse ponto eu queria ser mais macho: chorar três dias e ficar novinha em folha, pronta pra próxima. Mas logo nesse ponto, Deus me fez mulherzinha. Eu sei que todos os dias eu deveria fazer como as pessoas espertas: escolher não mais querer alguém que não me quer. Mas como? Conforme disse anteriormente, tenho dificuldade para me desvencilhar de pessoas queridas e, pra piorar, sou melodramática: adoro a dor de cotovelo, adoro o sofrer por amor, adoro o amor platônico, adoro essas coisas. Vai entender. Eu gosto de remoer, de sonhar, de pensar, de falar, de lembrar, de expor... Se me fosse possível escolher, talvez escolhesse trocar de amor com mais facilidade. Gostar, gostar, gostar. E quando terminasse, desgostar. Simples assim. Mas, do jeito que fui feita, a frase “partir pra outra” não faz o menor sentido... curto o meu luto por meses a fio, sem me incomodar, como os românticos das décadas passadas. A única explicação, então, é a ausência de um botão Liga/Desliga... Sou desprovida deste artefato. Infelizmente. Ou felizmente. Vai saber. É... realmente ainda tenho muito que evoluir...


domingo, 21 de agosto de 2011

Cavernas

Dizem os mais sábios que em uma relação há sempre aquele que domina e aquele que é dominado. Dizem também que por sermos assim, nunca devemos demonstrar por completo o que sentimos pelo outro.


Dizia-me uma amiga que o homem conserva, até hoje, o instinto caçador que nele existe desde o tempo das cavernas. E isso significa dizer que ele, o homem, esse ser tão absurdamente primata, ainda hoje mantém o seu desejo por presas. Especialmente as novas. Ou aquelas que ele considera novas. Dizia-me ainda a tal amiga que nunca, jamais uma mulher deve deixar que o (seu) homem saiba o que ela sente por ele. Nunca, continuava ela, um homem pode saber que a (sua) mulher o ama acima de qualquer coisa e que por ele faria qualquer coisa.

Não acredito que isso seja um privilégio masculino, mas sim um privilégio (???) da raça humana. Todo ser humano, homem ou mulher, é assim. Basta saber que alguém estará sempre ali, à espera, para deixar esse serzinho de lado. Mesmo que inconscientemente. Afinal, ele sempre estará por ali mesmo. Porém, a qualquer sinal de desinteresse ou frieza, parece que o velho eu-primata ouriça os pelos e acende uma luz de alerta, deixando o tal ser dominante extremamente à mercê do outro, o dominado. As posições se invertem. Em outras palavras: se você caga pra alguém, esse alguém corre atrás de você; se você corre atrás de alguém, aí o tal alguém cagará para você.

O ser humano é assim. Gosta daquilo que não tem. Pelo menos não por completo. O ser humano gosta da caça, da conquista, da busca. A partir do momento em que ele sente que tudo está na mais perfeita ordem, na mais perfeita paz, no mais perfeito controle, já era. É preciso o tempo inteiro estar buscando, estar com a pulga atrás da orelha, estar com aquela sensação de “será que ela(e) me ama mesmo?”. A dúvida, apesar de tudo, ainda é um grande fetiche, queiram vocês ou não.

Veja, não estou aqui fazendo apologia à insegurança ou desconfiança. Longe disso. O que quero dizer é que não adianta ficar correndo atrás de ninguém o tempo inteiro. Isso cansa. Pode perceber: quanto mais se corre atrás de alguém, mas esse alguém escorrega pelos dedos. E por outro lado, quando se deixa um “quezinho” de dúvida, o ser amado, desejado, idolatrado sempre fica por ali, marcando presença e mostrando que sim, ele é o melhor que se pode conseguir em mil anos de evolução...

Ah, como seria bom se juntamente com a Teoria da Evolução das Espécies viesse também a Teoria da Evolução das Mentes... No fundo, homens e mulheres são seres ainda não muito racionais. Querem - e precisam - ser amados, mas se se sentem amados em tempo integral, se cansam e querem novas emoções. Querem e precisam amar, mas se amam, temem demonstrar esse sentimento. E se demonstram, correm o risco de afastar o outro ser envolvido. Se não demonstram, o risco é o mesmo... Oh, coisinha complicada essa!!

Qual a solução então? Não sei... O que tenho visto - e aprendido - é que quanto mais nos mostramos entregues, mais vulneráveis ficamos. E quanto mais vulneráveis, mais chances temos de nos machucar. Mas, me explica, como não ficar vulnerável quando o coração da gente está completamente tomado??? Essa pergunta eu também não sei responder... Talvez, mais uma vez, a solução seja o tal do meio termo... Nem tanto, nem tão pouco... Não correr tanto atrás, mas também não deixar de lado. Não paparicar o tempo tempo, mas também não deixar o outro desolado. Seria então a filosofia do Morde-Assopra?? Hum... Acho que o grande lance é saber dosar presença e a ausência, certeza e dúvida, entrega e resguardo... Maaas, alguém aí sabe como se faz isso??? Se alguém souber, ótimo. E se alguém não souber, bem-vindo ao clube! E quem descobrir, por favor, me conte... Ando realmente precisada... hehehe


Um grande beijo e boa semana para vocês!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011



...Porque ele tem o beijo mais gostoso, o abraço mais aconchegante,
o sorriso mais safado e o jeito mais perfeito de me conquistar...
E é por isso que eu gosto tanto, tanto, tanto dele.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

You don't understand

Descobri que o nosso problema é timming. Você é rapidinho demais e eu devagar demais. Eu demoro para entender, pra criar coragem, pra te olhar, pra responder... E você? Você olha, abraça, beija, fala e sai em uma fração de segundos. Você me deixa tonta e sempre me surpreende com suas frases desconcertantes. Como alcançar você? Como andar ao lado de alguém que está sempre com tanta pressa?

Eu demoro dois meses pra aceitar seu convite, uma semana para entender a sua jogada de charme, um dia inteiro pra praticar o que vou te dizer e cerca de duas horas pra escrever uma mensagem que eu nem vou enviar. Você, porém, tem gana, pressa. Está sempre correndo. Você não entende a minha maneira calma de comer, a minha mania de olhar pro lado antes de responder às suas perguntas, o meu jeito de querer ficar apenas encostadinha em você enquanto assistimos a um filminho infantil... Eu preciso desse tempo de aproximação, preciso para me sentir segura, mas você não entende.

Não entende porque pra você as coisas são velozes demais. Uma semana é tempo demais. Um dia é tempo demais. Trinta minutos é tempo demais. Você não tem paciência pra me esperar ou me deixar relaxar ao seu lado. E no meio tempo entre você se aproximar e eu permitir a aproximação, você já partiu pra cinco outras diferentes. Cinco outras que não esperam nada, que só enxergam a carne exposta. Sim, você tem pressa. Você não tem tempo a perder com alguém que demora tanto para decidir algo.

O que você não entende é que eu já decidi, mas te contar a decisão demora mais alguns dias. Ou semanas. Ou meses. E eu queria que você entendesse que a minha lentidão é só medo. É medo do seu relógio ultra-sônico, medo da sua fugacidade, medo de ME permitir à sua presença. Medo de dizer um sim com todas as letras e depois me arrepender. Porque pra mim, presenças são importantes... E por isso eu gosto de ir com calma, porque não, eu não enxergo só a carne exposta. Eu enxergo você. Por inteiro... Mas isso você também não entende. A sua pressa nunca vai te deixa entender.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

O texto da discórdia

Vai entender.

Em uma conversa despretensiosa com um colega de profissão, falávamos sobre a quantas anda o meu belo coraçãozinho. Eu sei, todo mundo sabe, que eu preciso que ele, o meu miocárdio, se recupere de uma vez por todas de todos os amores mal sucedidos pelos quais já passou. Eu confessei a ele, ao amigo, que estou até fazendo terapia para isso, e que já estou, inclusive, bem melhor. Que as feridas já não doem mais, maaaas, ainda tenho dificuldades em deixar que outros se aproximem do meu coraçãozinho machucado e arredio. Mesmo que seja para tratá-lo. Isso, conscientemente falando, é claro.

Fato é que de repente, mesmo com toda a minha guarda armada, me vi gostando de alguém novamente. Não me perguntem como isso aconteceu, mas aconteceu... Mas, eu, fechada como sempre, não tive certeza sobre o que queria com esse rapaz. Agi errado, meti os pés pelas mãos, fui ciumenta, mesmo não podendo ser, fiquei confusa. Me senti tão perdida quanto uma garotinha que de repente solta a mão da mãe em meio a multidão e não sabe mais pra onde ir ou como ir. Fiquei realmente perdida. Perdida e com um sentimento estranho morando dentro do peito que eu não sabia como lidar. Mas, deixei de me sentir sozinha. E vi que sentir era bom.

Um dia, eu parei e me dei conta. Como foi que esse sentimento brotou aqui dentro? Em qual momento eu permiti que ele, o tal rapaz, entrasse e transpusesse a barreira que eu coloco em volta de mim? E aí, eu descobri que não, eu não permiti. Mas ele sim conseguiu o feito. Incrivelmente, ele conseguiu passar pela cerca de vidro que há em volta do meu coração. E nem foi por querer, que fique claro. Simplesmente conseguiu... Sabe-se lá como, ele achou um buraquinho e conseguiu passar por ali. Não por inteiro, de uma só vez... mas aos pouquinhos, dia após dia. Por não saber o que se passava aqui dentro, ou ainda, por não saber que havia uma cerca, ele foi entrando. Achou uma passagem e entrou. Simples assim. E aí, eu conversei com a minha terapeuta. Como isso aconteceu? Por que ele conseguiu o que tantos outros não conseguiram? E por que logo ele, tão errado? E ela me respondeu com cara de paisagem: ele não teve medo, só isso. Ele simplesmente fez.

Esse rapaz em questão não me tratou como "a-linda-princesa-intransponível", como "a-pobre-mocinha-enfeitiçada-que-não-consegue-amar", como a "donzela-que-precisa-curar-o-coração-antes-de-amar-novamente". Não, ele ignorou - literalmente - tudo isso e me arrancou do meu lugar comum, sem muitas perguntas ou questionamentos ou esperas. Ele simplesmente me puxou pra fora da minha casca e me conquistou. Mesmo que tenha sido pra nada, ele me conquistou. E eu, mais uma vez, do alto da minha descrença, vi que sentir era bom.

E por que estou contando tudo isso? Porque, voltando lá no início do texto, na conversa com o amigo, o colega de profissão, ele me disse que estaria na porta esperando por mim quando eu estivesse pronta. E eu pensei em tudo isso que contei aí em cima: na espera e na não espera. Pensei no entrar sem pedir permissão... E pensei no quanto esperar por mim pode ser complicado. E acredite, não é por querer.

Tenho um coração realmente machucado. Aliás, nem tenho um coração inteiro... tenho vários caquinhos que, aos poucos, vão se juntando e formando um coração novo, com algumas cicatrizes, eu sei, mas aos pouquinhos e do jeitinho dele, apresenta uma melhora. Mas, não, ele ainda não está abrindo as portas e convidando para uma festa de inauguração. Cheguei a conclusão de que se alguém realmente me quiser, não vai poder ficar simplesmente esperando na porta, esperando que eu abra... cheguei a conclusão de que se alguém realmente me quiser, terá que ir além: terá que entrar, mesmo sem o convite. Deverá achar uma brecha, pular janela, até mesmo arrombar a porta, se for necessário. Porque eu, neste momento, por conta própria, não vou abrir meu coração pra ninguém. Agora, se alguém conseguir entrar, será muito bem-vindo.

Entendam, não é uma escolha minha... é só uma questão de receio. Ou medo. Ou tempo. Sei lá.
Fato é que eu preciso (veja bem a escolha do verbo) de alguém que tenha essa coragem: de entrar simplesmente e encontrar um cantinho aqui dentro e transformar esse cantinho num cantão. O cara que tiver peito pra isso leva o coração da mocinha que vos escreve. E eu, que já vi que sentir é bom, até agradecerei se isso vir a acontecer.

Mas e agora, depois de dito tudo isso, será que alguém AINDA se habilita??

Beijos e boa semana para todos!

sábado, 23 de julho de 2011

Efeito Dominó

A vida é uma coisa muito inexplicável mesmo...

Hoje ouvi duas amigas. Em momentos diferentes. Falando sobre assuntos diferentes. Aliás, elas nem se conhecem e vivem a quilômetros de distância uma da outra. Mas, as duas me fizeram pensar em como a vida da gente é muito louca. E louca não no sentido ruim da palavra, mas no sentido de que ela dá umas reviravoltas que nem mesmo a gente espera ou entende. E ela parece brincar com a gente o tempo todo. Uma espécie de programa de auditório, onde nós fazemos as escolhas e ela, a vida, nos dá o prêmio.

Fiquei pensando sobre isso. Pensando em como um simples ato pode mudar tudo. E tudo não só na nossa vida, mas na vida de muita gente que está ao nosso redor e na vida de gente que nem chegamos a conhecer. Um não - ou um sim - que você dá lá trás, vai modificar uma série de coisas lá na frente. Me vem à cabeça uma imagem de efeito cascata quando penso nisso... Quase vejo as milhões de cenas sendo modificadas por uma única decisão - pensada ou não - que foi tomada.

O não que você deu pra aquele menino fez com que ele buscasse consolo no colo de outra menina. Menina esta que aceitou o colo. Pronto. Uma palavra foi o bastante, mudou o destino de vocês três. Vão se apagando, então, as imagens de vocês dois como num filme sendo rebobinado... Ele não mais passeou de mãos dadas com você, não mais te beijou no portão de casa, não mais disse que te amava naquela primeira noite juntos. E por consequência, outro filme começou a se desenrolar... Ele beijou a outra menina. E eles namoraram, noivaram, casaram. E eles fizeram aniversários de casamento, tiveram filhos, envelheceram. E você, no seu filme paralelo? Você cresceu, morou em vários lugares, se tornou uma mulher independente, amadureceu, namorou outros, separou-se. Destinos mudados porque lá trás você disse aquele não. Mas, e como teria sido se tivesse dito um sim? Todos os abraços e beijos, todas as juras de amor, todas as festas que vocês foram como casal, tudo isso teria sido real. Mas em compensação, todas as suas festas de faculdade, todos os meninos que você beijou e se apaixonou, todas as pessoas e lugares que você conheceu, nada disso teria existido também... E então, como saber qual a melhor escolha?

E se pudéssemos prever quais as consequências dos nossos atos e assim mudar o rumo da nossa vida? E se EU não tivesse dado aquele beijo naquele ônibus? Não teria me apaixonado, não teria largado o lugar onde eu vivia, não teria feito tantos planos, não teria mudado pra Florianópolis, não teria conhecido tantas coisas que eu conheci. Mas eu dei o beijo. Eu me apaixonei, eu acreditei, eu também andei de mãos dadas, eu jurei amor eterno, eu tive uma vida em comum com alguém. Repito: é uma cascata, um efeito dominó... Um "E SE" muda tudo. Na minha vida, na sua, na vida de tanta gente. Pessoas nasceram e outras deixaram de nascer por um simples ato nosso. Incrível isso, mas é verdade. Seria esse o tal do livre arbítrio contrário ao destino já escrito nas estrelas?

Cada escolha, um renúncia. A única coisa certa nisso tudo é que não dá pra prever o que virá depois e a graça é justamente essa. Essa é a grande ironia da vida: ser uma caixinha de surpresas... É o animador fazendo você escolher a todo momento entre o sim e o não, entre o certo e o errado, entre o ir ou ficar. E você sempre ali, torcendo pra fazer a melhor escolha, pra tomar a melhor decisão. No final das contas, o grande lance é escolher e apostar que sua decisão dará certo. E mais do que isso, é FAZER dar certo a escolha que você fez, sem mágoas, rancores ou remorsos. É olhar pra trás e ver o lado bom de tudo o que aconteceu. É principalmente viver, como se daquela escolha dependesse a sua real felicidade. Porque até onde sei, realmente depende. Afinal, a vida é feita de escolhas. E ser feliz também é uma decisão. Diária, inclusive.

"Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é. A escolha é sua." Martha Medeiros

Pensem. Escolham. Decidam. Sejam felizes.
Um grande beijo e boa semana!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crise dos Trinta

Oi.

Contei que eu fiz aniversário? Pois é, eu fiz. Incrível como os anos têm passado tão rapidamente... Lembro que quando comecei escrever aqui eu não tinha nem 30 e agora já passei dos... Às vezes, fico pensando: a idade mudou, mas e na minha vida, o que mudou? E pensar nisso me deixa muito tensa porque sinceramente não tenho visto grandes mudanças, além das rugas que insistem em aparecer no meu rosto dia após dia e nos fios brancos que me obrigam a ficar cada vez mais loira... rs

Cara, envelhecer é horrível. Não me venham com esse papo de que não é, porque é sim. Eu odeio ver que a cada dia que passa minha pele fica com menos firmeza, que meu rosto se torna mais marcado e que meus cabelos se tornam mais brancos. ODEIO! E sabe o que é pior? É pegar fotos de três anos atrás e ver que essas mudanças se instalaram literalmente de uma hora para outra. Isso é o pior de tudo...

Aí, semana passada, estávamos discutindo sobre isso, sobre a diferença entre idades. E uma amiga dizia que ela via muita diferença na mulher de 40 anos. Dizia ainda que é impossível não notar diferença entre uma mulher de 40 e um cara de 35, coisa que, segundo ela, já não acontece quando a mulher tem 30 e o cara 25. Eu discordei, óbvio. Porque, ao meu ver, essa mudança drástica já aparece nos 30. Quando vejo uma mulher de 30 e um cara de 25, mesmo que seja eu e o meu gatinho, vejo uma incrível diferença entre eles. Acho que quando a mulher faz 30 anos, um outdoor passa a ser visualizado em sua testa dizendo "TENHO TRINTA". E isso não só comparando com meninos de 25, não... Tenho amigas que ainda estão na casa dos 20 - mesmo sendo 26 ou 27 - e vejo uma diferença incrível entre elas e o time das trintonas, do qual eu faço parte.

Claro que não estou falando de cabeças (ou estou?), estou me referindo ao físico mesmo... Apesar da minha amiga dizer que se acha muito mais bonita hoje, aos trinta, eu ainda insisto na tese de que são belezas muito diferentes... Não dá pra comparar a beleza de uma guria de 20 com a de uma mulher de 30. A maturidade também é bonita em alguns aspectos. Mas, especificamente agora, neste relato, estou falando sobre diferenças que noto em meu corpo, na minha pele, no meu cabelo, no viço... E são essas diferenças que acho cruéis. E nesses aspectos, nem adianta reclamar, claro que as mocinhas de 20 ganham... As de trinta ganharão em outros, como independência, liberdade sexual, grana e blá blá blá.... rs

Geralmente, as pessoas me dão 28 anos, e se fosse pela minha idade mental, sei que teria até menos que isso aí. Mas quando eu me olho no espelho ou vejo o meu reflexo até mesmo na tela do notebook, sei que estou longe dessa idade... As minhas marcas de expressão insistem em me dizer que já vivi alguns anos a mais que 28.... E outra, às vezes fico pensando que estou em uso há mais de trinta anos e que só esse fato insólito já me transforma em um ser velho. Aff. E quando estou realmente deprimida com esse assunto, o tal do Sérgio Reis dá o tiro de misericórdia dizendo: "Ela é madura / já tem mais de trinta anos / mas para mim o que importa é a pessoa / não interessa se ela é coroa / panela velha é que faz comida boa". Porra, Serjão! Coroa com trinta anos?? Será que alguém já mandou ele se ferrar??? rs

Fato é que a idade chega pra todo mundo. Pra quem tem grana, esticar é a solução. Pra quem não tem, como eu, a solução é... ainda não sei. Talvez, eu devesse parar de me envolver com os novinhos de 25 e devesse começar a sair com homens de 38, 40... Quem sabe assim eu me sentiria mais nova... Afinal, nem mentir idade tá dando mais... Passei dois anos fazendo trinta anos, acho que agora não dá mais pra enrolar, a galera já percebeu... Vou começar então a dizer que fiz 31... Será que cola? rs

Bom final de semana pra todos!!

domingo, 3 de julho de 2011

Insistir ou não, eis a questão

A vida (amorosa) não tem fórmulas, essa é a verdade.
Em mais uma tarde em companhia das amigas, filosofávamos sobre isso: sobre a falta (ou não) de fórmulas na vida. Você faz tudo certo, conforme manda o figurino e nada. Você nunca segue o script e, veja só, lá está você namorando. Vai entender. A verdade é que existem pessoas que realmente têm facilidade para encontrar parceiros. E outras, não. Independente de como agem.
O estopim da conversa foi encontrar uma cidadã, conhecida nossa, com um novo namorado na balada. Até aí nada de estranho. E realmente não teria nada de anormal se essa mesma moça não tivesse ficado viúva há pouquíssimos meses - e quando eu digo pouquíssimos, são pouquíssimos mesmo... Ninguém a julgou, claro. Julgamos a nós mesmas, afinal, o problema deve estar na gente... Ficamos falando sobre isso. Qual o nosso problema então?
Mais uma vez ouvi que estamos solteiras porque nós escolhemos demais, porque nós somos muito exigentes, porque nós não damos chances pro caras, porque nós não insistimos o suficiente... peraí: insistimos? Como assim? Desculpe minha ignorância, mas não entendi o último verbo... Como assim, não insistimos? Quer dizer que eu tenho que INSISTIR para ficar com alguém? É, realmente ainda não estou preparada pra isso...
Eu sei, eu tenho o péssimo hábito de não correr atrás de ninguém. E não por orgulho não, mas sim por achar que se o cara está a fim, ele está a fim. Se não, não. Simples assim. Eu não compartilho a ideia de que vou conseguir fazer alguém se apaixonar por mim, não acho que isso combine com a minha personalidade... Ou o cara quer ou o cara não quer. Pra mim é simples assim. Uma coisa que tenho aprendido na vida é isso: quando um homem está a fim de uma mulher ele fica com ela. Não interessam os amigos, o passado da cidadã, a família... Nada impede um cara quando ele quer ficar de verdade com uma mulher (lembrei aquela música When a man loves a woman...).
Se o cara quiser mesmo a moça em questão, ele vai romper com os amigos, com a família, com o c** a quatro. Se ele realmente se apaixonar, vai terminar casamento de anos, abandonar os filhos, viajar pra Lua. Maaaas, isso tudo só acontecerá SE ele se apaixonar de verdade... E eu, sinceramente, não estou aqui pra ficar insistindo em fazer o cara se apaixonar por mim, pelo amor de Deus.
Mas voltando ao assunto, tem gente que realmente tem facilidade em encontrar parceiros. Conheço umas meninas assim, que mal terminam com um e já estão com outro. Ou outros. Não sei como funciona isso... Não tem período de luto pelo término do namoro anterior? Eu sempre quero ficar um tempo sozinha quando saio de um relacionamento... saindo por livre espontânea vontade ou por livre espontânea pressão, tanto faz. Sempre preciso de um tempo pra me achar novamente... Mas tem gente que parece não precisar disso... emendam um namoro no outro na mais perfeita naturalidade... Na próxima vida, quero ser assim, anotaí, rs... E, olha, isso não tem nada a ver com beleza, hein... Que fique bem claro que eu não estou falando de nenhuma Giselle Bündchen, não...
Enfim. A questão é que essa foi mais uma conversa sem solução, sem final. Não adianta ficar pensando no que fazemos de certo ou de errado. A vida não tem roteiro, relacionamentos não têm receita. Essa é a verdade. Posso fazer tudo certinho, do jeito que o cara espera e não conseguir ganhar o coração do menino. E por outro lado, posso ser a mais louca de todas e, veja que estranho, ouvir "me apaixonei por você pelo seu jeito louco de ser". Vai entender. Não, não tem receita, fato. E já que não tem, continuarei por aqui com meus rolinhos, esperando por aquele que um dia, finalmente, arrebatará meu coraçãozinho e me fará querer crescer e virar adulta, com relacionamentos e tudo mais. Mas enquanto isso não acontece, vou seguindo a vida. Que anda muito bem, obrigada, do meu jeitinho, mas bem boa... =)
Beijos e boa semana!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre crianças

Como os dias andam bonitos... =)

Não sei sobre o que quero falar hoje. Talvez eu devesse falar sobre como é incrivelmente gostoso trabalhar com crianças. Ontem eu estava pensando sobre isso... Como elas nos fazem bem, apesar de serem os seres mais cruéis da face da Terra... =)


Criança não tem medo de nada. Ela não tem medo de carinho, não tem medo de sorrir, não tem medo de chorar, não tem medo de ousar, não tem medo de fazer tudo o que tem vontade. E se ela não faz nada disso, tem alguma coisa errada.

Eu leciono para várias idades: desde o quarto ano (8, 9 anos) até a 3ª série do Ensino Médio (16, 17 anos), por isso, vejo quase todas as fases dessas pessoinhas “futuro da nação”... E vou te dizer... de todas as fases, a que acho mais gostosa é a infância. Tudo bem, eu sei, crianças gritam, têm a voz esganiçada, choram por qualquer coisa e criam caso o tempo todo porque "alguém roubou a borracha”, mas elas são fofas. Eu as adoro e, acredite, descobri isso há muito, muito pouco tempo...

Adoro quando eu chego na escola e elas vêm correndo me abraçar, antes mesmo de entrar na sala. Aliás, quantas vezes eu nem tenho aula com elas, estou indo pro Ensino Médio ou pra outros lugares da escola e elas vêm agarradas pela minha cintura, me contando as últimas novidades ou apenas me enchendo de beijos. Adoro chegar na sala e elas virem todas em cima de mim, ao mesmo tempo, falando sem parar, me deixando zonza e quase me derrubando de tanto abraço misturado com assuntos novos - aliás, de onde elas tiram tanto assunto?? Não sei...

Ontem, eu parei por um momento e fiquei observando-as com um pouco mais de calma. Elas sentem o que a gente sente, é incrível. E elas percebem tudo o que acontece conosco, afinal, nos observam o tempo inteiro. Aprendem o tempo todo com o que veem - coisas boas e ruins - e dizem tudo o que sentem, não importa se você quer ouvir ou não...

No final da aula, as meninas sempre gostam de ficar arrumando os meus cabelos. E os meninos sempre gostam de me contar as histórias mais mirabolantes do mundo. E eu gosto. Gosto dos penteados novos que ganho todos os dias e gosto de ouvi-los, com toda sonoplastia e interpretação dignas de Oscar... Gosto da forma genuína como elas demonstram amor, não com presentes caros ou estardalhaço, mas com o que realmente importa... Gosto de sentir o quanto sou querida e admirada por eles, os meus pequenos, mesmo sendo eu quem sou: a crazy girl. Mas e daí?? Eles ainda não aprenderam a julgar as pessoas apenas pela embalagem...

Descobri que tenho aprendido muito com aquelas pessoinhas em miniatura. Tenho aprendido a ser mais gentil, a ser mais carinhosa, a ser mais sincera, a ser mais otimista, a ser mais solidária... Tenho aprendido com elas que a vida é muito legal e por isso tem que ser vivida sem stress, e que se eu amo alguém de verdade, devo demonstrar isso. E não importa quem é a pessoa e nem muito menos porque eu a amo. Importa que eu a amo e que preciso demonstrar isso! Afinal, para as crianças o tempo é uma coisa tão abstrata que não adianta pensar muito no que vem depois... Aliás, vem algo depois??

Às vezes, fico pensando que um dia elas vão crescer... e fico tentando prever que tipo de adulto elas serão... Se permanecerão com aqueles corações lindos, se continuarão tão dispostas, se ainda saberão respeitar os mais velhos, se ainda demonstrarão o que sentem sem medo, se, se, se... Gostaria que ficassem assim para sempre, do jeitinho que são hoje, mas sei que é impossível. Então, o que peço é que continuem como agora... tão amáveis. Por dentro e por fora. E que, principalmente, continuem ensinando tantas coisas boas às pessoas ao seu redor.

Depois que eu descobri esse tesouro, ficou mais fácil entender porque os pais amam tanto os seus filhos...

E, confesso, enquanto escrevo isso, estou me lembrando de vários rostinhos, vários sorrisos e várias vozinhas finas perguntando: "Elem, hoje a gente tem aula contigo?" Ai, e elas nem sabem como são importantes para mim...

------

E a eterna dúvida permanece: na relação professor x aluno, quem aprende mais: aquele que está a frente da turma, com seu guarda-pó, ou aqueles pequeninhos que nos observam com seus olhinhos brilhantes e com as suas mentes pipocando de curiosidade?? Eu já decidi o meu voto... e você??

sábado, 18 de junho de 2011

Confuso, como sempre.

A minha cabeça é um lugar no ermo. Ela não me mostra a realidade. Ela me engana, me ilude, me diz coisas falsas. Ela vive em um mundo irreal, por isso não posso confiar nela. Minha mente é doente. Eu vejo e ouço coisas que não acontecem. Eu não vejo e não ouço coisas que acontecem.


Na minha cabeça, eu quero você. Na verdade, não é querer. Eu não quero você, eu gosto de você. O verbo é diferente. Confuso, eu sei. Eu gosto de você. E acredite, não é nada fácil admitir isso. Logo você? Com tanta gente no mundo... E eu lembro que até bem pouco tempo atrás, eu nem ligava pra sua existência. Mas bastou você me mostrar o quanto você não me quer pra eu ficar assim, desse jeito... pensando em você antes de dormir, sonhando com você enquanto durmo, pensando em você ao acordar, pensando em você durante o trabalho, sonhando com você acordada e, simultaneamente, rezando a Deus, pedindo que Ele conserte logo as coisas.

Eu juro, eu tentei. Eu ri, eu sorri, eu falei. Eu tentei agir normalmente perto de você. Até 1/4 do caminho, eu me comportei. Mas depois disso, eu não consegui mais. Eu senti suas mãos. Eu olhei nos seus olhos. Eu vi o seu sorriso. Eu escutei a sua voz. E eu comprovei mais uma vez o quanto você não me quer. E, sinceramente, estou triste por isso. Triste porque alguém que eu não quero também não me quer. Afinal, o que desejo eu então? Não sei. Quero sua atenção, acho. Sua companhia. Suas mãos. Seu olhar. Seu sorriso. Sua voz. Eu não quero você, eu quero aquilo que eu ainda não tenho... acho que é isso. Eu quero não gostar de você. Ou então, quero que você me queira... de novo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Consciência

Começou durante a noite. Era uma vozinha que insistia em me apontar coisas que eu não queria ver, ouvir ou lembrar. Coisas que eu havia feito e não deveria ter feito. A princípio, eu pensei que fosse passar rápido e tentei voltar a dormir. Mas a voz continuava lá, falando... ou melhor, sussurando em meu ouvido...
Amanheceu. Levantei, tomei meu banho, me arrumei e fui trabalhar. Percebi que com o passar das horas, a tal voz ficava cada vez mais forte, mais alta. Quando o sol estava a pino, no meio do céu, ela já gritava e parecia mostrar a todos os meus erros e defeitos. E em um ataque, ela me disse o seu nome: consciência.
Pensei várias vezes se eu deveria ignorar aquela voz acusadora e verdadeira ou se eu cedia aos seus desejos e tentava consertar os meus erros - se é que isso seria possível. Ainda pensava nisso, quando algo me chamou a atenção.
De repente, passou por mim alguém. Alguém cuja consciência também berrava, mas ao contrário de mim, o dono parecia não ouvir. Ou se ouvia, parecia não ligar. Ela gritava e ele sorria. Ela esperneava e ele flertava. Eu ouvia o que ela berrava, acho que todos ao redor também ouviam - assim como também deviam ouvir a minha - mas, o corpo responsável por aquela voz igualmente acusadora e verdadeira parecia não ligar. Pensei: como se faz isso? Em qual momento da vida a gente deixa de ter consciência - ou deixa de ouvi-la? Ou será que a pergunta seria: depois de quantos erros, ela para de encher o saco? Não sei, não consegui as respostas.
Sei que é noite, e sei também que receberei novamente a visita indesejada dela: a voz. E sei que ela vai me contar tudo de novo, todas as histórias que eu já sei e prefiro esquecer... mas não, eu sei, ela não deixará que assim o seja...

Como se faz mesmo para ser tornar surdo à ela como tantos por aí ??


domingo, 12 de junho de 2011

"Eu sei, mas não devia."

"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.", já dizia a minha amada Marina Colassanti em um texto brilhante chamado "Eu sei, mas não devia". Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia... A gente se acostuma a ser humilhada, a ser rebaixada, a ser diminuída. A gente se acostuma a não ter uma relação saudável, a ser deixada de lado, a ser a segunda opção - ou última. A gente se acostuma a dar tudo de si e não receber nada em troca. A gente se acostuma a não ser amada, a não ser desejada, a ser simplesmente usada. A gente se acostuma, mas não devia.

Fico pensando nisso... nas coisas a que nos acostumamos. E não sei ao certo por que as aceitamos. Por que aceitamos permanecer em um relacionamento sem futuro? Por que aceitamos que nos magoem ? Por que aceitamos que o errado seja visto como certo? Por que aceitamos que, em meio a tanta dor, tenhamos que fingir felicidade? Não sei...

Sobre o que eu estou falando, afinal de contas? Estou falando, dentre outras coisas, sobre aquela amiga que tem um namorado que só a magoa, mas que ela não deixa. Estou falando sobre aquela amiga que não tem coragem de dar um basta naquele relacionamento sem futuro. Estou falando sobre aquela amiga que aceita que o seu namorado saia com outras meninas, porque, para ele, ele não é namorado de verdade, oficial. Estou falando sobre permitir que as pessoas entrem nas nossas vidas e permaneçam de uma forma não saudável. Permaneçam e nos façam mal. Nós permitimos, nós acostumamos e nós aceitamos. E, o pior, nós achamos normal. Ou passamos achar.

Achamos normal a mágoa, achamos normal o descuido, achamos normal o desrespeito. Achamos normal não receber o valor que merecemos... e achamos isso, talvez, porque no fundo, achamos que não merecemos mesmo. Aceitamos receber toda a podridão do outro, porque nos vemos, mesmo que inconscientemente, como lixeiras e como seres inferiores àqueles que nos machucam. E não somos. Mas é difícil perceber e aceitar isso... Afinal, estamos tão acostumadas a isso, que não percebemos mais o que seria o certo...

Começamos a usar vendas que nos impedem de ver a realidade. A gente mascara a dor como se desta forma pudéssemos passar a suportá-la. E de fato funciona. A gente se esconde por trás de desculpas do tipo "eu não me importo", "ele não faz por mal" ou "é o jeito dele" para fingir que é certo o que não é. Usamos as desculpas para tentarmos NOS convencer de que aquela dor é normal. Porém, no fundo, lá no fundo, a gente sabe que não é. Todo mundo sabe quando está sendo usado, todo mundo sabe quando uma palavra fere, todo mundo sabe onde o coração dói nas horas de solidão... Todo mundo sabe, mas ninguém, ou quase ninguém, tem peito pra enfrentar essa dor e dizer chega, basta.

Dar um basta significa sair da zona de conforto. Significa partir rumo ao desconhecido. Significa trocar a segurança do concreto pela insegurança do que há por vir. Mas e daí? Dar um basta também significar se amar mais, se valorizar mais, se descobrir mais. Significa se reconhecer como alguém que merece ser amada de verdade, ser valorizada, ser respeitada. E por que não fazemos isso então? Porque mudar, desacostumar dói. Dar um basta significa passar um tempo de luto, passar um tempo de carência, passar um tempo de encontro consigo mesma... É difícil aguentar a dor sozinha quando se está acostumada à dor com o outro.

A gente se acostuma, mas não devia. A gente não devia se acostumar com o que nos maltrata, com o que nos faz infeliz, com o que nos machuca. A gente devia sim, se acostumar com a felicidade, com o direito de ser feliz incondicionalmente e acima de tudo. Com isso sim... Mas o que fazer quando não vemos que aquilo não nos faz bem? O que fazer quando achamos que o errado é o certo na nossa vida? Pare. Pense. Pese. Meça. Reveja atitudes, lágrimas e sorrisos. E analise: o que você quer e espera pra sua vida? Vale realmente a pena continuar ? Isso, só você pode decidir, mas seja sincera... E se for preciso mudar, mude. E desacostume-se já com a infelicidade - ou será que devo chamar de "falsa felicidade". A partir de agora.

"A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. (...) A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre um tal moreno alto...

Ok, você é um babaca e eu nem deveria pensar em você. Não, você é mais do que um babaca, você é um idiota. Um idiota e burro. Ao mesmo tempo.
Mas, eu sei, eu já tinha admitido antes... você mexe comigo. Sinto um frio na barriga quando você está perto de mim, chego a não entender uma palavra do que vc fala e eu mesma chego a me enrolar com as minhas próprias palavras. Já era assim antes. Antes de vc mostrar o quanto você é um... ridículo. E eu já tinha até admitido que você realmente estava mexendo comigo... Mas isso foi antes. Antes de você mostrar que era só mais um idiota, como tantos outros que andam por aí... Só mais um.

A questão é que agora é diferente. Depois de tudo, não mais conversamos sobre amenidades, não mais recebo suas visitas inesperadas, não mais recebo o seu sorriso lindo e não mais dou risadas com você. E isso me faz falta. Sinto saudade dessas coisas... Mas olha que confuso, ao mesmo tempo que fico aqui pensando que eu quero, pelo menos, voltar a ter uma relação saudável contigo, eu lembro das coisas que me magoaram. Ou melhor, do quanto você me magoou naquela noite... E aí, tenho raiva de mim por não conseguir manter um ódio eterno por você.

Por que é assim? Por que, apesar de tudo, continuo sentindo as pernas bambas quando você se aproxima de mim? Por que continua sendo assim se tudo mudou entre nós? Seu sorriso continua despertando uma coisa aqui dentro, um nervosismo, um estranhamento, um frio, um calor, enfim, coisas que não consigo evitar e/ou explicar... Estou confusa. E não gostaria de ser julgada... Sei o que eu deveria fazer, e acreditem, eu estou fazendo o melhor que posso. Não é fácil ignorar a sua presença. Não é fácil fingir que nada aconteceu. Não é fácil olhar você todos os dias e saber que nada é mais como antes. Nem mesmo hoje. Porque eu não sou mais a mesma com você... nem se eu quisesse, eu conseguiria.

Estou confusa, sentindo sua falta e, principalmente, tentando engolir tudo o que aconteceu e tentando fingir que nada me abalou. Ai, como é foda ver tudo tão diferente... Ai, como sinto falta dos seus beijos de bom dia e dos seus olhares... e talvez você nunca perceba nada disso...

domingo, 8 de maio de 2011

Feridas

Eu sei que não deveria fazer, mas eu faço. Eu vasculho o passado e reviro coisas empoeiradas. Jogo tudo no chão e fico observando e me remoendo. Descobri. Eu gosto do sofrimento, gosto da sensação, gosto daquela dorzinha gostosa que ri de mim e diz:

- Eu te disse que era, é e sempre será melhor. Viu? Eu te avisei que seria perfeito para sempre. Com você ou sem você. A escolha foi sua. A escolha errada foi exclusivamente sua... Viva com o seu erro. Conviva com a sua perda.

Eu admito, eu procuro por ela, eu quase imploro que a frustração venha me visitar. E quando ela chega, eu faço a velha cara de choro e finjo que não gosto da sua presenca. Mas eu sei. Eu sei bem que no fundo, eu gosto. Sou eu quem sempre mexe na ferida querendo que ela doa novamente.

...
E, no fim, ainda tenho a cara de pau de dizer que não sou feliz com o que tenho.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Texto para meninos

Já dizia a Tati Bernardi, minha amiga: o problema de quando vc dá para um cara e ele não liga no dia seguinte não é achar que ele te acha uma vadia-fácil... o problema maior é perceber que ele é só mais um babaca no mundo que não sabe aproveitar as oportunidades que tem. Li isso num livro dela e achei o máximo, porque é realmente isso. pouco me lixando se cidadão vai pensar isso ou aquilo de mim, mas fico pensando que ligar no dia seguinte é cultivar uma oportunidade de diversão naqueles dias de carência, digamos, sexual. Vai dizer que vocês não concordam co...nosco?? Eu sei que sim.

Homens que ligam no dia seguinte é tudo de bom. Tive um namorado que sempre ligava, e não apenas porque ele era meu namorado (dahn), mas antes de namorarmos, éramos amigos e eu via que ele sempre ligava pras meninas com quem ficava na noite anterior. E depois repetiu o ato comigo tb, óbvio. Até hoje ele é assim. Acho isso o máximo. Como disse, é uma maneira simples de manter a agenda atualizada, principalmente para os casos de necessidades extrema.

Hoje em dia, na era das mensagens instantâneas, não me importo se essa "ligação" for um torpedo dizendo "que bom que você veio"ou "gostei mto de ontem" ou qualquer uma dessas baboseiras que os caras escrevem em dois minutos e que transformam as 24h seguintes da mulher em horas mto mais agradáveis de serem vividas. Mas sim, como bem disse a Tati, isso é coisa de Homem com H maiúsculo e não de moleques que pensam que ligar ou mandar um sinal de fumaça no dia seguinte demonstra fragilidade ou qualquer indício de envolvimento emocional. Que idiotas. Por isso sempre digo: gosto de homem e não de moleque. O problema é a dificuldade atual em se encontrar Homens por aí, já que os moleques andam dominando o mundo (juntamente com as piriguetes e os gordinhos - piada interna - rs ).

No orkut - eu sei, o orkut está meio ultrapassado, mas... - existe uma comunidade chamada "Eu ligo no dia seguinte" e obviamente o meu ex está nela. Ele e mais uma meia dúzia de gatos pingados. Ai, quem dera essa comunidade bombasse... Mas que nada, meninos têm medo de envolvimento, já dizia alguém e parece ser bem difícil, para eles, perceber coisas simples como uma ligaçao singela. Aliás, meninos que leem o blog, nao estou falando de ligar TODOS os dias após o acontecimento... Estou falando sobre o DIA SEGUINTE... difícil entender? Tendo sido o sexo bom ou nao bom (existe "sexo nao bom"??) nao te custa mandar um "Oizinho", só pra agradar ou só pra parecer educado com a moça em questao. Ah, e claro, tudo isso vale também para as noites ou tardes de simples companhia pueril... Pode ter sido apenas um encontro, um café, uns beijos em alguma boite da cidade e aí, nestes casos, a ligacao nao precisa ser necessariamente no dia seguinte... Só tentem nao desaparecer e nem sejam tragados pela terra. Coisa mais feia.

Mas já disse, ter essa consciência de que ser educado faz bem pra pele nao é para todos. Pelo contrário, é para poucos, bem poucos... Só mesmo para aqueles que já perceberam que tratar bem uma mulher é a maneira mais fácil de mantê-la sempre por perto... Pensem nisso e parem com esse pensamento mesquinho, medroso e machista... Acreditem, ninguém vai achar que está namorando por causa de uma simples mensagem, deixem de ser idiotas... Vocês já sabem que somos mais evoluídas que vocês, por isso, relaxem... Algumas mulheres já aprenderam a separar mto bem as coisas... rs

Mtos beijos para todos e bom final de semana!!


domingo, 27 de março de 2011

Ela, a dor

Saudade é mesmo uma coisa estranha. É uma dor que fica ali, escondidinha, fingindo não existir, ou melhor, esperando o momento certo para aparecer. E de repente, por um motivinho de nada, ela aparece, diz um oi safado e resolve mostrar toda a sua força. Sim, porque a danada tem uma força enorme. Gigantesca.

Nunca sei o que fazer com a saudade que sinto de muitas coisas. Na maioria das vezes, eu tento fazer como todo mundo: finjo que não a sinto, ignoro, ou pelo menos finjo que ignoro. Mas tem dias, ou semanas, ou momentos em que é impossível ignorá-la. Tenho a impressão de que tem dias, semanas ou momentos que esta saudade que sinto resolve me atormentar mais do que o normal, sendo desencadeada por sonhos, imagens, lembranças ou pessoas que insistem em me lembrar de coisas que passo o dia lutando para esquecer. Mas, algumas vezes, ela simplesmente surge, por vontade própria, e nos lugares mais inapropriados. E aí, quando isso acontece, não tenho muito o que fazer: sinto o nó na garganta de sempre, o coração aperta, parece querer explodir, os olhos marejam. Enfim, é um saco. Repito: nunca sei o que fazer com a saudade que sinto de muitas coisas.

Agora, por exemplo... estou aqui com o nó de sempre e com aquela já conhecida dor no peito. Meus olhos estão me boicotando e as lágrimas insistem em brotar, querendo dar um oi pra vida aqui fora. Sim, hoje a saudade me tomou de assalto. Ela já vinha me rondando a semana toda, e eu passei os sete últimos dias lutando e fingindo com todas as minhas forças de que ela, a dor da saudade, não me alcançaria. Mas ela, como sempre, se irritou e resolveu mostrar que eu não sou nada quando ela resolve aparecer... E não sou mesmo, pelo visto.

Ok, eu me rendo. Você venceu. Dá pra ir embora agora? Quero viver sem a sua presença... Será que um dia será possível?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Medidas Desiguais

O problema do amor é que quando ele acaba, nunca acaba para ambas as partes simultaneamente.

Você ainda tem várias coisas a serem ditas e sabe que ninguém mais quer ouvi-las. Você ensaia todas as frases que gostaria de falar pra ele, pensa em encadernar todos os textos tolos que você escreveu e enviá-los via Sedex para o ser amado, pensa em ir até o dito cujo chorar, gritar, espernear e tentar convencê-lo de que o seu amor é o suficiente para os dois. Sim, você ainda tem muito a dizer, mas a realidade é que ele não quer mais ouvir. E mesmo se ouvisse, num recado deixado na secretária eletrônica, por exemplo, ele não daria a importância devida.

E você se pergunta para onde pode ter ido todo aquele amor que ele dizia sentir. Sumiu? Acabou? Como sumiu? Como acabou? Que raio de sentimento é esse, o amor, que ao invés de existir a dois, insiste em ser unilateral? Por que ele sempre surge quase que concomitantemente, mas, na hora de ir embora, ele só se vai da vida de um dos envolvidos? Se isso é o tal do sentimento nobre, não quero nem pensar em como são os “não-nobres”...

A medida dele acabou. E você, que ainda tem a sua bem cheia, de repente, se agarra a desculpas que te confortam: diz que é carma de outra vida, diz que é um tempo, mas que voltarão e terão um happy end, diz que ele te ama, mas que algo sério deve ter acontecido... Coisa nenhuma. Se ele não está contigo é porque a parte dele acabou, a porção mágica de amor que havia nele terminou antes, bem antes, que a sua. Quer saber? Não é carma, não é história de filme, não é a mãe dele: ele não te ama mais e pronto. Aceite isso e viva com a sua dor, sonhe com a sua dor, sofra com a sua dor, chore com a sua dor. Já dizia a Marisa Monte “a dor é minha e de mais ninguém”... Sim, a dor é sua. Unicamente sua.

Quer saber o que eu acho? Acho que o amor é um egoísta que ri de nossas caras. Ele ri quando resolve brincar de “não quero mais” e vai embora deixando que alguém se ferre sozinho, deixando alguma pobre criatura se perguntando o que fazer com aquela bosta de sentimento gigante que ainda existe dentro dela... Ele ri. O amor ri, o outro ri, o mundo ri. E vc? Você chora, sofre, pragueja e deseja que o mundo inteiro pague por aquela dor que você não suporta mais sentir... E além de tudo, ainda tem as malditas palavras, aquelas que você sonha dizer ao outro todos os dias, mas sabe que elas simplesmente minguarão em sua garganta, secarão e serão engolidas uma a uma à força porque ninguém, ninguém quer saber. O outro não quer saber. E dói saber disso. Dói saber que o seu choro é em vão, dói saber que ele nem pensa mais em você, dói saber que ele continua vivendo como-se-nada-tivesse-acontecido. Dói e dói pra caralho. Até que um dia você se acostuma à dor e até passa a achar que ela será sua companheira eterna... e talvez até venha a ser mesmo.

E você segue, ou tenta seguir, ou finge seguir, ou finge tentar, sonhando e desejando ardentemente despejar em cima do outro, daquele que te abandonou, todas aquelas promessas de séculos atrás: “você prometeu me amar eternamente! Seja homem e cumpra sua promessa!!” Não importa se você encontrá-lo hoje ou daqui a 20 anos, você ainda assim quererá esbravejar tudo o que foi engolido goela abaixo por você... Mas não, ele não cumprirá nada... não há nenhum contrato que o obrigue a amá-la eternamente.... O amor sumiu, acabou, fugiu, foi pra PQP... E ninguém jamais poderá explicar o porquê disso...

Ele não te ama mais, ele não vai voltar, você não vai dizer nada, ele não vai ouvi-la e nem muito menos se convencer. O amor dele acabou e o seu não. O que fazer? Reaprenda a viver... ninguém sabe quanto tempo isso dura, o dele acabou, mas e o seu? Ainda poderá perdurar por mto tempo ou não.... se vc tiver sorte, a sua parte pode fugir assim de uma hora para outra também. Reaprenda a viver. Reaprenda a viver sem ele. Reaprenda a viver com você e encare a realidade: o amor, depois de morto, não renasce. É assim com todo mundo: medidas desiguais. Essa é a grande realidade... medidas desiguais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Freios

E já estamos em meados de janeiro... e isso me lembra que as férias estão chegando ao fim...

Hoje acordei cedo e fiquei pensando no nada... Peguei minha agenda de 2010 e fiquei bisolhando as minhas peripécias do ano passado (sim, as minhas agendas não servem para marcar compromissos... servem para anotar as viagens, praias, amores e otras cositas mas - rs)...
Eu já sabia que o ano de 2010 tinha sido mto gostoso... foi um ano de mtas viagens (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná, etc...) e mtos pseudo-namoricos. Foi um ano também que tomada de decisões futuras. E revendo todas aquelas aventuras - e algumas desventuras - comecei, finalmente, a pensar em 2011...
Depois de um Reveillon morno, mto morno, percebi que nem agenda eu comprei para este ano... Na virada, dentre outras coisas, pedi um ano tranquilo, um ano de sossego e acho que assim será.... Se tirar como base essas férias sem sol e sem graça, o ano será morno também. Ok, eu sei, nunca fui mto fã de coisas mornas, mas acho que depois dos 30, nosso pé começa a pisar no freio naturalmente... Será?
E será que eu, que sempre fui tão agitada, conseguirei um ano de calmaria? Um ano estilo "sossega-leão"? Não sei... só sei que depois de muitos agitos, começo a perceber que a tal linha reta às vezes nos faz bem também... Vai entender.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Opções

Todo término é difícil. Fato. Mas acho que pior do que a perda do dito cujo, é a perda da rotina.

Todo domingo vocês faziam a mesma coisa: ficavam em casa, agarradinhos na cama assistindo à Dança dos Famosos ou então ao Smallville. Gostavam também de ouvir e analisar as letras dos CDs do Frejat, rindo e se deliciando com os versos de amor do carioca mais romântico do mundo. Aos sábados, curtiam aquela bandinha e dançavam juntinhos sob o som de baixos e guitarras. À noite, nos finais de semana, costumavam fazer um lanchinho naquele pé sujo da esquina de casa e, durante a semana, você preparava aquela jantinha gostosa pra vocês dois... Tomavam banho, comiam juntinhos, viam o jornal e/ou a novela e depois de fazer um amorzinho gostoso (ou não) vocês dormiam de conchinha. Pelo menos nos 15 primeiros minutos. Tudo muito lindo.

Mas um dia, alguém resolveu que não queria mais essa vidinha. E só pra colocar uma linha no raciocínio, vamos imaginar que ele não quis mais essas coisinhas aí. Ele resolveu em um bendito dia e em uma bendita hora pôr os pezinhos para fora sua vida. Disse um “sinto muito e adeus” e se foi. Ótimo, ele se foi. Você pode me dizer como fica a vida e a “rotina” depois que ele se foi?

Explique-me, por favor, como continuar ouvindo o Frejat? Como ver Smallville ou a Dança dos Famosos? Como continuar fazendo as caminhadas no final de tarde na orla se aqueles eram os passeios românticos de vocês? Não, sinto informar, não tem como fazer mais. Creia-me, o problema maior não será ele ter te abandonado - coisa a que, aliás, você sobreviverá... O problema verdadeiro será ele ter levado, junto com ele, a sua vida e com ela esse monte de coisinhas que você gostava de fazer e que agora, sinto muito, você não conseguirá mais realizar.Pelo menos por um tempo.

Por um tempo será bom você se privar desses "pequenos EX-prazeres". E esse tempo será mais do que bom... ele será necessário. Porque, por mais que você gostasse de tudo aquilo, não será mais a mesma coisa sem ele. Agora, as músicas, as bandas, os programas de TV, tudo terá um outro contexto que não mais aquele que te fazia suspirar. Por isso, querida amiga, o melhor a se fazer é se afastar um pouco desses eventos. Pelo menos até a dor passar ou até a ferida cicatrizar. Afinal, a menos que você seja extremamente masoquista, você não vai querer ir ao show da banda onde vocês deram o primeiro beijo na semana seguinte ao término, vai? Ou será que pra curar a ressaca moral do término, você quererá passar o final de semana justamente naquela praia em que ele te pediu em namoro (ou casamento, sei lá)? Duvido.

Acredite, depois de um tempo, passa. Tudo passa. Eu, por exemplo, demorei muito tempo para voltar a fazer determinadas coisas e algumas tive que deletar mesmo da minha vida (não dava para continuar assistindo ao Clark Kent depois de perder duas ou três temporadas inteiras - rs). E eu, que sou a rainha das frases clichês, usarei mais uma como ilustração... Sabe aquela frase “Ah... isso me lembra tanto o fulano...." ?? Então, essa frase é real. Certas coisas te lembrarão realmente, fazer o quê? Fugir, óbvio!

O grande lance é conseguir reverter uma coisa que seria ruim (tá, uma coisa que é ruim) em algo que seja bom ou muito bom pra você... Que tal aproveitar a sua então solteirice para respirar novos ares, conhecer novas pessoas, lugares, programas e estilos musicais? “Ah, mas eu gostava daquele jeito....” Mulheres... sempre querem choramingar pelo leite derramado.. Eu sei que você gostava, mas já pensou na possibilidade de encontras novos gostos e quem sabe até um novo gato nessas novas andanças? Hein, hein?!?! Gostou da ideia, né? Eu sabia... rs Pensa assim: Vai que numa dessas de novas escolhas, aparece um novo ser que vai te trazer novas rotinas, novos cotidianos e novos seriados pra sua vida... Ui, delícia!

Garanto que depois de um tempo você conseguirá ouvir a coleção de cds novamente sem mais doer. Até vai lembrar: "Poxa, o fulano gostava desse cantor", mas não passará de uma recordação. Não doerá mais. E quando você olhar pro lado e ver o novo gatão, vai pensar: “Será que eu não tinha nada mais útil pra fazer do que ficar em casa assistindo ao Faustão nos domingos????” Vai te fazer falta nos primeiros meses? Vai, não vou te iludir. Mas depois, você tira de letra... O ser humano supera tudo... Pensemos então assim.... Tudo pode ser utilizado a nosso favor. Basta estarmos dispostas a isso. Por que eu vou ficar me lamentando porque não "posso" mais caminhar pela orla? Sabe o que farei ? Caminharei pelo parque... É assim que as coisas funcionam... E quanto a dor passar, olha que maravilha, eu passarei a ter não apenas uma, mas sim duas opções: a orla E o parque! Vamos então olhar pra frente, enxugar as lágrimas e abraçar o que a vida nos oferece. Afinal, “tudo tem o lado bom... até um pé na bunda nos atira pra frente!” Combinado então ? E morte à viuvez rotineira!!!

Um grande beijo e até a próxima!