sábado, 31 de outubro de 2009

O coroinha

Ele era terrível. Na escola, dava nó em pingo de água e conseguia se safar sempre... Quando percebia que as explicações não eram suficientes, abria o berreiro. Chorava, chorava e como era muito branquinho, logo ficava roxo. O cabelo que já vivia pra cima, com a cena ficava ainda pior.

Fato é que ele já era uma lenda não apenas na escola onde estudava, mas também em todo o bairro onde morava e adjacências. Não era pra menos: ele já havia marcado a quadra de esportes com os seus dentes, colado as suas mãos durante uma aula de português, carimbado o traseiro de duas ou três meninas com tinta de caneta e isso sem contar o dia em que ele quis comprar um arco e flecha para acertar o gato da vizinha (alguns professores juram que ele queria mesmo era acertar algum mestre durante as aulas...). Ou seja, ele era uma lenda viva...

Ah sim, ele era terrível. Daqueles que têm cara de anjo, mas é um... prefiro nem mencionar. Não parava quieto. Todo mundo tinha vontade de amarrá-lo na cadeira ou então colocá-lo dentro de uma caixa-box com apenas uns furinhos para respiração... Todo mundo se perguntava como fazer aquela criaturinha dos céus (ou dos infernos) sossegar, mas até então ninguém tinha descoberto. Até que um dia...

Cidade do interior, sabe como é... Domingo é dia de missa e todo mundo se reúne. A missa serve mais como um grande evento social, o ponto de encontro dos moradores da região. Pois bem. Eis que em um belo domingo, uma santa professora estava lá sentadinha nos bancos paroquiais, preparando-se para o sermão semanal quando de repente se deu conta de um fato no mínimo inusitado. A igreja era a mesma, o padre, os leitores, as imagens, a mesa do sacrifício... mas havia uma coisa diferente. Bem diferente, aliás.

Um coroinha chamou-lhe atenção pelo comportamento exemplar. Tudo bem, eu sei... O amigo leitor vai dizer que todo coroinha tem o comportamento exemplar... mas não aquele. A educadora retirou os óculos, limpou-os e olhou novamente para o altar para ter certeza do que estava vendo: sim, era ele. Aquele cabelo loiro e os grandes olhos azuis não deixavam dúvidas: o menino com o incenso nas mãos era o mesmo aluno que levava a loucura até aquele ser do mundo de baixo...

O caso é que na Igreja o mocinho era realmente um anjo. Passou toda a missa quieto, fazendo tudo o que lhe era ordenado como um cordeirinho... Abismada, a professora pensou que a qualquer momento ele fosse levantar a batina do padre e sair correndo bebendo o vinho e distribuindo pão para quem quisesse, e em sua consciência "pedagógica" já começou a planejar formas de conter o dito cujo. Mas não foi isso que aconteceu... o menino era quase como uma estátua dos santos: um doce de criaturinha, pura e santa. Era isso: uma criaturinha divina!

Veja bem, querido amigo, como são as coisas... conto-lhe todas essas coisas para que não perca jamais a esperança. Se até mesmo o menino que apertou os seios das índias no museu estava agora ali, diante do olhar atento da professora, servindo de exemplo de dedicação, uma coisa fica clara para todos nós: sim, os milagres realmente acontecem. E custando a acreditar no que via, finalmente a senhorita rendeu-se ao fato raríssimo a que assistia... E ao se dar conta disso, prometeu a si mesma e a todos os santos que serviam como testemunhas que a partir daquele dia iria à missa todos os dias, até o fim de sua vida. Afinal, após presenciar a ocorrência de tão grande milagre, chegou a conclusão de que os milagres podem ocorrer a qualquer momento, sem marcar hora nem local. E diante das circunstâncias, resolveu que não quereria mais perder oportunidades... Nunca mais.





Também te amo, baby!

Quando eu tinha uns 14 anos, mudou-se uma menina para o meu prédio e ela também se chamava Elem. Nada demais. Com o passar do tempo, comecei a perceber que as coincidências entre nós iam além do nome... E isso começou a me irritar.

Algum tempo depois, percebi que ela imitava muitas coisas que eu fazia: textos, desenhos, assinaturas, trejeitos e etc. Até que um dia resolvi falar com ela e perguntar o porquê de tudo aquilo e ela me respondeu que "copiamos aquilo que admiramos". Eu sei, frase politicamente correta demais para uma fedelha de 14 anos... Mas, frase pronta ou não, nunca mais esqueci. E desde então, sempre que vejo alguém copiando alguma coisa do meu jeito louco de ser, penso nesta menina e no que ela me disse.

A questão é, quando crianças, a inveja não surge de uma maneira ruim. Ela simplesmente é uma vontade de imitar aquilo que realmente gostamos. O problema é que a inveja, quando adultos, é diferente. Bem diferente. A inveja do adulto é má. Ela não se contenta em admirar e copiar o outro... ela quer destruir... E por isso, cria histórias que nem sempre são belas ou reais. Isso me preocupa. Ou seja, se alguém tem inveja de você, ela não vai apenas imitar seus atos. Ela não vai se contentar em conviver contigo: vai querer tirar as coisas de você... Sutilmente ou não. Concientemente ou não.

Esta semana me irritei profundamente com dois acontecimentos. Obviamente que já passou, porque como todos sabem, minha raiva não dura mais que dois dias... Pelo sim, pelo não, vou mandar recados again. Gostem ou não.

Primeiramente, não entendo o motivo das pessoas procurarem informações minhas se não temos vínculos. Ou seja, como já dizia minha amiguinha: quem procura, acha. Se não quiser achar, não procure. É simples assim. E "segundamente", não mexa com quem está quieto. Às vezes, vale muito mais a pena cuidar da sua própria vida do que mexer em vespeiro. Da minha vida, cuido eu. E ponto. Creia, não será a sua intervenção que vai mudar o meu estilo de vida. Amo ser assim. Amo ser "estranha", sorridente, louca e livre. Amo falar o que penso e sei muito bem o preço que pago por isso... e justamente por conhecer bem este preço que admito perto de mim apenas as pessoas que quero/gosto/adoro/amo... Se você não faz parte desse seleto grupo, não force a barra. Acredite, você vai acabar ouvindo coisas que não vai gostar. Tenho personalidade forte e se você acompanha o blog ou o meu dia a dia sabe disso. E muito bem...

Não quero que pareça agressivo... não é para ser... não mesmo. Às vezes, o ser humano sente vontade de estar no lugar de outra pessoa, mesmo sem perceber... É normal, dizem os psicanalistas... Então, sejamos todos felizes. Cada qual na sua, do seu jeitinho, e se você admira alguém, diga isso à pessoa e ponto. E antes de fazer algo que vai prejudicar alguém, pense vinte vezes no motivo real pelo qual está fazendo isso... De repente, a situação até se inverte a seu favor. E nunca esqueça a máxima: felicidade construída em cima de outrem não é real. Não transforme pessoas em degraus... não é bonito... Leis do universo... rsrsrsrs

Bom... O feriado está aí para aliviar as tensões... Escrevi para duas pessoas especificamente e antes que alguém se sinta importante demais, são duas mulheres. Mulheres, entenderam bem ?? rs

Muitos beijos e até daqui a pouco... Ainda terei mais um para hoje... Isso que dá passar sábado em casa, mas é que hoje é dia das bruxas e eu tenho medo de fantasmas e afins... prefiro não me arriscar a sair e encontrá-los por aí... hehehehe

P.S.: Tenho tanto orgulho de algumas alunas... Sim, eu as admiro e muito...

Aline e Gabriela,
obrigada por deixarem os meus dias muito mais bonitos!!

Hum... sem título mesmo.

A praia foi-se. Sendo assim, resolvi fazer coisas menos produtivas como dormir e ir ao mercado. Aff.

Estou ansiosa para o final do ano, às vezes fico confusa com algumas coisas e confesso que não gosto de esperar respostas alheias - vocês sabem disso - por isso mesmo, quero muito que chegue logo o verão e consequentemente as férias. Quero poder ficar em casa de bobeira, sair todos as noites, dormir tarde todos os dias sem me preocupar em ter que acordar às 6h do dia seguinte... Quero também viajar, conhecer gente nova, rever gente antiga, torrar no sol e tomar água de coco em alguma praia do país... Delícia.

Ia à praia hoje, mas como sempre, não rolou. O tempo está esquisito, várias nuvens no céu e um vento chatinho demais... E como só curto praia quando o sol está rachando a pele, desisti. Compromisso desfeito, acho que vou ao salão ficar loira novamente... Porque o projeto "Biquini-branco-no-Nordeste" continua de pé: firme e forte. E eu lá dentro do biquini: feliz, linda, loira e rica... hehehehehe

Bom, vou nessa. Acho que mais tarde voltarei... Quero escrever um texto sobre a inveja ainda hoje... O texto, obviamente, será endereçado a algumas pessoas... Um fechamento para os últimos acontecimentos da minha vida muy louca...

Beijão e até mais!!
See you later.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Enquanto as olímpiadas não chegam...

Não é de hoje que eu sei que a violência no Rio de Janeiro saiu do controle, mas as notícias desta semana conseguiram me chocar ainda mais. Como se isso ainda fosse possível.

Não, não me pergunte de quem é a culpa da cidade ter virado o caos que virou. Eu não saberei responder. Tenho alguns palpites, claro, mas quem sou eu para dizer o que se passa (ou se passou)... Só sei que a coisa vem piorando nos últimos anos e pelo que me lembro, a coisa começou há uns 10 anos mais ou menos... Digo isso porque violência, obviamente, sempre existiu, mas não nos moldes de hoje. Essa violência extremada, sem limites, começou a aparecer cerca de 10, 15 anos...

Já disse várias vezes que acho o Rio de Janeiro a cidade mais linda do mundo, e não apenas porque sou de lá. Digo isso porque a acho realmente. É uma beleza natural, com um povo carismático, caloroso e animado, ou seja, o Rio tem milhões de qualidades e infelizmente um terrível defeito: é uma cidade tomada pelo tráfico de drogas. Tomada literalmente. E a população, por mais que não queira, aprendeu a conviver com isso. Aliás, ela só consegue viver numa boa - se é que podemos dizer isso - porque aprendeu a viver com esta realidade.

Mas nem mesmo a naturalidade com que o carioca encara os tiroteios diários me impediu de ficar chocada com as cenas a que assisti esta semana. Cenas da guerra da semana passada... Será que ninguém percebe que aquilo lá não é mais uma simples brincadeira de polícia e ladrão? Vivemos uma guerra que nem civil é mais... Tanques nas ruas, helicópteros abatidos em pleno voo, tiros de fuzil, reféns ameaçados com granadas, balas perdidas a todo instante... o que é isso? Eu não sei nomear. Será que algum antropólogo sabe?

Tenho certeza que se mostrarmos cenas como essas, sem informar a fonte, a qualquer pessoa, ela diria tratar-se de alguma guerra ocorrida em algum ponto do globo. De preferência, no oriente... Afinal, esse é o único conceito de guerra que temos... Não percebemos que já vivemos e convivemos numa guerrilha todos os dias. E como em qualquer guerra, vários inocentes são mortos. Diariamente.

Não quero hoje defender nenhuma posição, só quero expressar a minha tristeza. Como uma cidade tão maravilhosa pôde ter sido entregue ao poder paralelo tão facilmente, sem que nada fosse feito? Aliás, paralelo mesmo é o governo... porque no Rio de Janeiro, o poder é o tráfico. Em segundo plano, temos o governo e forças armadas.

Causas? Várias, penso eu: pessoas incompetentes e/ou despreparadas dirigindo o serviço de segurança pública, população pacífica, políticos e polícia corrupta - a mais corrupta do país, dizem alguns especialistas - e por aí vai. Temos solução? Sinceramente eu não acredito. Eu sei que em outros lugares do mundo, cidades tão ou mais violentas conseguiram se reabilitar, Nova York é o exemplo clássico. Então por que nós não conseguiremos? Porque falta o desejo, acredito. Falta o desejo de várias pessoas que deveriam estar preocupadas com a segurança pública, mas infelizmente, estão preocupados apenas em ganhar/arrecadar grana para outros fins... Lícitos ou não.

Seria necessário uma política de tolerância zero, treinamento e capacitação profissional, repressão total e SÉRIA ao tráfico de drogas (incluindo usuários), população que não aceite mudar sua rotina por conta da violência, etc, etc, etc. Eu particularmente não vejo solução. Juro que não. Por isso fico triste... Fiquei emocionada hoje quando vi as fotos dos policiais que morreram no ataque ao helicóptero... E senti-me "vingada" ao ouvir o policial que "abateu" sem dó o bandido que ameaçava um refém com uma granada... Não que eu seja a favor da exterminação da bandidagem... Sou a favor que eles nem existam. É diferente... Penas severas fariam com que adolescentes e jovens pensassem trinta vezes antes de entrar para o mundo do crime. Ontem, assistindo a um documentário, ouvia uma menina dizer que matou uma outra com várias facadas porque ela é menor de idade e "sabe que não dá nada para quem é de menor". Entendem o que eu digo ? Tudo virou uma grande brincadeira... Uma brincadeira de matar e morrer...

Sei lá... Sinto-me ferida como carioca, e envergonhada também. O texto foi só um desabafo, um abraço solidário a todos aqueles que ainda sonham com uma cidade melhor e sofrem com a realidade atual da Cidade Maravilhosa.

Enfim... desejando que isso termine logo e que nenhuma outra cidade se torne escrava do crime organizado, me despeço por aqui. Tenhamos todos uma boa semana e que Deus nos abençoe. E paz ao mundo acima de tudo.

Um grande beijo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Devaneios

Eu não sei se é por ser mulher ou se é por ser tola. Talvez, por ser os dois.
Eu sei, envergonho-me de dizer que não quero te desculpar.
Eu sei, perdemos tempo demais alimentando picuinhas quando na realidade deveríamos pensar no quanto a vida é curta e que não vale a pena fortalecer monstros que só se servirão para nos devorar.
Eu sei de tudo isso. E você também sabe.

Mas o que fazer quando, humanamente, o desejo e a razão não se unem ? Conseguiria eu admitir que sim, te perdoaria se eu pudesse reviver nossos belos momentos ? Mas e se eu pensasse por mais dois milésimos de segundos e me desse conta de que te perdoar não mudaria nada do que passou ou passa ? Você continuaria na sua vida e eu na minha e elas não mais se cruzariam novamente... Será que eu, criatura feita à imagem e semelhança divina, seria capaz de renunciar ao meu egoísmo e te manter preso a uma eterna culpa ? Mas, penso que se eu te libertar, nunca mais avistarei as suas asas. Como odeio ser da raça humana.
Se eu fosse um ser irracional, não haveria isso. Os conflitos seriam apenas relacionados à comida e dominação de território. Não haveria sentimentos e emoções no emaranhado do cotidiano. Acho que assim seria perfeito...
Se assim o fosse, já teríamos lutado até a morte ou exaustão, ou até que um tivesse pedido arrego e saísse choramingando pelos cantos. Mas depois disso, não mais pensaríamos nesse tema. Simplesmente eu iria para a minha matilha e você para a sua. Não haveria, repito, sentimentos que te impulsionassem a pedir-me desculpas e eu não teria que decidir se te perdôo ou não, se te liberto ou não de mim.
Conta a lenda que a vingança ou a falta de perdão é um veneno que se toma querendo que o outro morra. Não quero que você morra. Só quero que as coisas sejam diferentes... Eu não tenho nada que lhe desculpar. Você não tem de que pedir desculpas. Continuemos assim então ? Trocando de ruas e pistas, e vestindo óculos escuros para não precisar olharmo-nos nos olhos... Ou não.
Talvez devêssemos conversar. Sentar como pessoas civilizadas e humanas que somos, e conversar apenas. Eu te ouviria, você falaria. Eu diria “tudo bem” e sairíamos com as consciências tranqüilas e mais leves, quiçá.
Mas diga-me, conversar para quê? Eu não diria nada, choraria apenas como sempre faço. Bateria em você e desfiaria novamente todo aquele velho rosário que já rezamos por tantas vezes. E depois ? Depois, tudo seria natural. Você iria embora, encontraria a menina no outro lado da rua. Eu viria para a minha casa, odiando-me por ter te conhecido e ter permitido a sua presença e choraria por mais cinco noites seguidas.
Para você, a vida seguiria o curso normal. Ignorando-me.
Para mim, seria o reinicio do inferno. Tristeza por perceber mais uma vez que não se perde aquilo que não se tem...

Pergunto-me(lhe) então: não me interprete mal, não há rancor. Há apenas uma “não-vontade” de sair do meu lugar de acomodação e remexer em algo que já está embaixo do tapete. Será que você conseguiria me entender ?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um minuto de silêncio

Tá, vamos lá.
Desliguei o telefone agora... Foram 40 minutos ouvindo... 40 minutos pensando, relembrando, analisando e reanalisando coisas, que sinceramente, estavam enterradas. Balanço de tudo ? Não sei ainda... vim aqui deixar a minha mente livre e descobrir se tudo o que escutei fez algum sentido para mim.
Não, não foi há muitos e muitos anos... Aconteceu há alguns meses apenas. Não sei quantos, mas recente demais em vista do que parece ter sido. Pra mim, parece que tudo isso foi há anos, anos e anos. Estranho perceber que não foi.
Conheci você, sim, dirigir-me-ei diretamente a você, no ano passado. Fez um ano em agosto, isso eu sei. Não sei quando você passou a existir dentro de mim, mas sei que foi na mesma época em que esse blog surgiu. Foi legal te conhecer ? Não sei. Sinceramente, não sei. Você me fez rir pra caramba. Mas tenho certeza que me fez chorar muito mais do que me fez que rir. Muito mais mesmo. Não sei há quanto tempo não falo contigo e nem tenho notícias suas (excetuando-se as vezes em que tive a infelicidade de encontrá-lo nas ruas da província), mas isso me deixa em paz. Não saber de você pra mim faz muito bem.
Pois é, mas voltando à ligação...
Pelo que entendi, você perguntou o que poderia fazer para que eu te desculpasse. Fiquei pensando e realmente não consegui pensar em nada... Acho que talvez porque não haja nada a ser feito. Geralmente não guardo rancores e você sabe disso, mas o que sinto por você não é um simples rancor ou raiva... é indiferença. Como já disse uma vez, pessoas como você não merecem a minha palavra.
Por que falar sobre isso então ? Por que acabei de desligar o telefone. Estava ouvindo uma longa história... Pareceu-me um conto de terror saber que a nossa (nossa ? haha, que ironia), a MINHA história contigo foi posta numa roda de conversa, num debate. Menos mal saber que os "seus amigos" ficaram do meu lado, me apoiaram e entenderam a minha decisão de nunca mais querer olhar para a sua cara.
Ah, mas você quer me pedir desculpas... Sabe quantos dias eu esperei as suas desculpas ? Sabe quantos dias eu esperei o seu telefonema ? Não, você provavelmente não sabe. E nem nunca saberá. Mas foram muitos, posso garantir. Entretanto, esse pedido nunca veio... Nunca. Não houve ligação, não houve email, não houve mensagem, não houve recado. Eu tive que saber de tudo por aqui, pela internet, e por outras pessoas que não você.
Sim, eu realmente gostava de você. Muito. E ofereci tudo o que eu poderia oferecer, aliás, até o que eu não poderia: mudar por você. Mas e você ? Você mentiu, fingiu, brincou. E ao descobrir o seu NOVO mundo encantado, simplesmente partiu para ele sem nem ao menos me dizer QUANDO ia. E agora você quer realmente que eu aceite um presente seu como desculpas ? Quer realmente que eu atenda a sua ligação e te ouça pedir desculpas ? Quer realmente que eu sente em um banco ao seu lado, olhe nos seus olhos e aja como se não tivesse acontecido ? Acho que você perdeu o resto de senso que havia em você (se é que já houve). Não, eu também não sei o que você poderia fazer para se "redimir" de tudo o que me fez. Sinceramente, eu não tenho a mais remota ideia do que vc poderia fazer.
Depois de tantos meses, eu estou bem. Foi estranho ouvir tudo o que ouvi hoje, confesso. Fiquei muda. Ouvi por muitos minutos... Ia falar o quê ? Eu não tinha o que falar... Talvez agradecer às pessoas que disseram que eu não merecia, que sou inteligente, bonita, gente boa. Mas para você, O QUE EU TERIA A DIZER ? Feridas não devem ser mexidas, alguém me disse. E eu ouvi.
Durante a ligação, lembrei do seu nome, do seu jeito, da sua voz, do seu nervosismo. Confesso que lembrei. Lembrei da gente aqui na frente de casa, do seu abraço, do seu corpo, dos seus dentes... Confesso que senti saudades até. Era como um filme passando na minha cabeça, um filme desbotado, antigo, triste. Saudoso. Não sei.
Terminou a ligação. Desliguei. Parei. Olhei-me no espelho... cabeça estourando... coração pesado... Você ainda lê o blog... Que surpresa saber disso... Surpresa mesmo. E por isso mesmo, resolvi colocar aqui a sua resposta. A resposta que eu não soube dar por telefone, nem pessoalmente, nem na rua, nem por buzina e nem de nenhuma outra maneira... Sei que ainda vou encontrá-lo mais um milhão de vezes... somos vizinhos. Infelizmente. Mas só o que peço é que, sinceramente, eu jamais precise te olhar de perto novamente. Tenho medo que a minha expressão de desprezo seja constrangedora demais para você. Ou termine de vez com qualquer lembrança boa que você possa ter da minha pessoa.
Acredite, não lhe tenho raiva e nem rancor. Mas também não lhe tenho a menor estima. E quer mesmo saber ?Acho que é melhor mesmo... Prefiro ter na memória a lembrança de um cara que trabalhou comigo, que eu conheci em uma escola e ponto. É como se tudo que tivesse acontecido depois disso com a gente tivesse sido apagado da minha memória.
Não lembro mais do seu nome, nem do seu jeito, nem da sua voz, nem do seu nervosismo. Não lembro mais da gente aqui na frente de casa, nem do seu abraço, nem do seu corpo, nem dos seus dentes... Confesso que é assim. Você é só aquele cara que entrava na sala, falando alto, me incomodando com a sua voz alta e risada escandalosa. E eu para você ? Nunca existi. Você nunca me conheceu de verdade, você nunca foi capaz de perceber quem eu era, sendo assim, para você, eu nunca existi. E sem falsa modéstia, acho uma pena.
Não sei se era isso... Não sei mesmo. Não te desejo felicidade. Não te desejo sucesso. Não te desejo nada de bom. Não te desejo nada além de uma única coisa: apenas receba de volta tudo o que me deu. E acredite, isso não é vingança. Esta é simplesmente a lei do universo... A gente planta o que colhe, e como entre nós não houve semeadura, não haverá colheita. Nunca.
Que a sua consciência seja para sempre o seu guia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Oi safado

Depois de um dia atribulado, resolvi escrever algo...

Fui para o trabalho e comecei a me sentir mal. Dor de cabeça dos infernos, cólica dos infernos, enjoo dos infernos. Eu que sou molenga para dores, pedi arrego. Admito, não gosto de senti-las e por isso mesmo qualquer dorzinha tola me derruba... Imagine então o que acontece quando surge dor de cabeça, cólica, enjoo e coriza ao mesmo tempo ? Morri, claro. Desatei a chorar na escola, óbvio. Não conseguia abrir o olho, não conseguia falar, enfim, não conseguia dar aula. A diretora e a coordenadora me mandaram para casa: "vá para casa descansar um pouco e volte amanhã... ". Foi o que fiz. Cheguei em casa, troquei de roupa, me enfiei embaixo das cobertas, chorei mais meia hora e finalmente adormeci. Acordei algumas horas depois, a cabeça ainda dolorida, com o telefone tocando. Era minha mãe querendo saber como eu estava. Melhorzinha. Uns 20% melhor. Deitei de novo e fiquei assistindo a Warner sem pensar em nada para ver se melhorava. Mais umas horas e a melhora já era de 50%. Agora, acho que já alcancei os 80%... Até amanhã, acho que estarei novinha em folha. Pelo menos espero.

Odeio me sentir mal. De verdade. Sempre tive uma saúde de ferro, raramente fico doente e por isso quando fico, não sei lidar muito bem com a situação. Quando fico mal mesmo, de cama, acho que vou morrer. Aí choro porque acho que nunca mais vou ficar boa... Lembram quando eu fiquei sem voz, cerca de um mês atrás ? Eu achava que a minha voz nunca mais ia voltar... Mas felizmente, sempre fico bem novamente. Graças a Deus.

Bom... a minha disposição não está lá grandes coisas hoje. Sendo assim, voltarei para a cama... tô meio cansadinha ainda..... moleza, moleza, moleza..... e amanhã ainda será quinta-feira, ou seja... ainda terei grandes desafios... ainda mais sendo semana das crianças... aff. Professor sofre... rsrsrsrs

Só passei mesmo para dar um oizinho rápido para vocês e agradecer pelos novos depoimentos e comentários. Sabem que os amo, né ? rs

Muitos beijos e até domingo!