sábado, 29 de maio de 2010

Sem título

Acordei com a sua voz em minha mente. Eu sei, era apenas um sonho, mas parecia real. Você me dizia coisas sobre as quais eu realmente tenho pensado...

Acordei pensando que ainda era noite, mas não. Abri os olhos ao perceber que a luz do dia já me chamava... Pensei em seu rosto e em suas palavras por mais um milésimo de segundo, ou seja, até recobrar meu juízo quase perfeito e afastar de minha cabeça essas memórias.

Enfim.

Ok, eu sei. Já deu tempo de tudo isso passar... Mas não pensem que eu não gostaria que já tivesse passado. Garanto apenas que não é mais amor, é frustração (acho que já disse isso para vocês). A realidade é que eu deveria mesmo dar uma nova chance ao amor. E eu juro que ando tentando... mas parece que meu coração já se conformou com a solidão e com as lembranças alheias.

Vontade de ouvir a sua voz. E só.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Esquetes

Hoje me peguei pensando em uma coisa muito tola...
Às vezes eu tenho a impressão de que vivo em um mundo imaginado. Não sei explicar, mas é como se nada do que acontece fosse de verdade... desde sempre me sinto assim. Como se eu vivesse em um filme, ou em uma novela, ou em um cartum, e que por isso mesmo eu já teria um final pronto – que eu ainda não sei quando virá, mas que tenho certeza que virá. E sendo assim, parece que eu não preciso me preocupar muito com ele, porque mais cedo ou mais tarde, o escritor da minha trama dirá “última semana” e de repente, como num passe de mágica, as coisas vão se encaixar como deveriam ser desde o princípio. Sabe novelas? Então, mais ou menos assim.

Não sei por que me sinto desta maneira, meio Lisbela – do filme Lisbela e o Prisioneiro – afinal, eu nem assisto à novela... Mas me parece exatamente isso... Sabe aquela personagem que passa a novela inteira correndo de um lado para outro, sem conseguir equilibrar todos os pratos no apoiador, mas que, no final das contas, encontra o grande amor da sua vida, arruma um emprego perfeito, fica rica e vive feliz para sempre? Então... é por aí. Mas aí, de repente, a realidade vem me dar um oizinho – como hoje por exemplo.

Eu estava divagando no carro. Pensando se eu devia ligar pro fulano e perguntar se realmente não vamos nos casar e ter filhos. Algo do tipo, “ow, dá uma olhadinha aí no nosso final e veja o que vai acontecer, porque dependendo do último capítulo do folhetim, eu vou ali viver um pouquinho”... Acredite, eu estava realmente pensando nessas coisas quando senti uma baforada no meu ombro e, quando me dei conta, a realidade estava ali ao meu lado, me encarando... E ela perguntou: “em que mundo mesmo você vive? Você acha que faz parte de algum desenho animado ou dramalhão mexicano? Alow,a vida tá acontecendo agora... é a sua vida... não tem roteiro pré-definido, pare de se iludir”. Olhei para ela e pensei no quanto a realidade pode ser cruel.

É incrível como esse sentimento é forte em mim. Se eu parar para pensar em todos os fatos da minha bela existência, parece que são esquetes, entende? Daquelas que vão acontecendo e se alternando com tanta rapidez que não nos damos conta do real valor de cada uma. Uma viagem, um amor, uma vida... Uma vez, uma diretora me disse que sou como um raio, como um trovão: eu passo, mexo com as pessoas e desapareço. Desapareço.

Esquetes. Rapidez. Animação. Fantasia. Palavras-chave.

Parece que estou sempre assistindo de camarote a uma peça, a um espetáculo, mas sem jamais me dar conta que a trama é real e que, vejam só, a atriz principal sou eu, aguardando ansiosa pelo final, não pelo fim, mas sim pelo desejo de ter as coisas em ordem... Pratos girando, agradeço ao público e me retiro, como se ao sair, pudesse pendurar as minhas vestes no camarim e me desfazer de um personagem. Mas não tem personagem. É vida real. Alguém pode, por gentileza, me lembrar disso?

sábado, 15 de maio de 2010

Sobre decisões

Antes de iniciar a leitura...
Encontrei esse texto perdido aqui nas minhas coisas e achei que valia a pena publicá-lo, apesar de se dirigir diretamente a um ser em especial. Até pensei em modificá-lo, mas acho que perderia sua essência... Sendo assim, leiam mas não pensem que houve qualquer novidade nesse assunto antigo. Foi apenas um verão e, como todos sabem, já estamos no outono - quase inverno. E outra: o "corsinha preto" nem existe mais... os tempos mudaram e agora é um "clio bordô" - hehehehe.
Beijos e boa apreciação.


Sobre decisões

Quantas noites de sono você já perdeu pensando em qual decisão tomar? Mas já percebeu que muitas vezes simplesmente perdemos tempo tentando resolver questões que já estão resolvidas? Sabe aquele velho ditado: "o que não tem remédio, remediado está?" Então... É sobre isso que quero falar.

Duas conversas hoje me chamaram a atenção. A primeira foi uma menina que tentava me convencer que um dia ela vai ficar com o cara que ela gosta porque um dia ele vai descobrir que gosta dela. (Juro que quase mandei ela ler o "Inspiração alheia" hehehe) e outra conversa foi sobre mim mesma: que eu deveria chamar alguém para conversar e perguntar "qual é?". Dúvidas que respondi: não há o que decidir. Porque é exatamente isso: não há o que decidir. Muitas vezes a gente fica se matando, pensando qual seria a melhor decisão a ser tomada quando na verdade não há alternativas. E se não há alternativas, não há o que escolher... é aquilo e pronto. O problema é que insistimos em ver coisas onde não existem, ver opções onde só há apenas uma lacuna. Entendem o que eu digo? Tá, vocês querem exemplos.

Você gosta do cara. O cara não gosta de você. Existe alguma decisão a ser tomada? Não... o cara não gosta e pronto. Ele só quer te usar, fato. Qual a sua alternativa? Partir para outra, óbvio... Mas não, o ser humano é teimoso... Você jura que vai mudar a cabeça dele e aí... escolhe a segunda opção que a princípio nem existe: fazer o cara se apaixonar por você. E aí quebra a cara, chora, esperneia e lamenta ter tomado a decisão errada. Óbvio! A opção que você escolheu não existia... era apenas fruto da sua cabeça!! Não adianta agora chorar pitangas... você terá que voltar e engolir a única opção que você tinha verdadeiramente: partir pra outra.

Outro exemplo. Você quer um cara que mora a nada mais, nada menos que 1500km de distância de você. Vai dar certo ? Você vai perguntar pra ele o que ele acha da ideia ? Não... porque a menos que vocês reduzam esse número a ZERO, ou seja, consigam estar na mesma cidade, não há o que fazer. Por mais que você queira, sonhe, deseje... será complicado. Você vai sonhar com ele, vai chorar, vai mandar recados apaixonados, mas não, ele não estará ao seu lado. Não tem internet que dê jeito nisso... Solução ? Redução dos km... Ou seja, um dos dois tem que querer sair de sua cidade... Eu sou cigana mesmo, todo mundo sabe disso, mas... será que essa opção existe ?

"Ai, que pessimista você está hoje!!" você vai dizer... e talvez eu esteja sendo mesmo, mas prefiro dizer que estou mais realista... Sei lá, às vezes a gente quer coisas que não existem... e começamos a fantasiar em cima delas e de repente: bum! Acordamos. Ou porque alguém nos acorda ou porque a realidade bate a nossa porta e nos faz enxergá-la. Mais cedo ou mais tarde isso acontece. E é tão ruim acordar de um sonho bom...

Sim, eu queria muito que 1500km não fossem nada... E como queria. Queria muito que fosse tudo tão simples como pegar o corsinha preto e atravessar a ponte, mas não é. Queria poder criar oportunidades a partir do ponto em que estou, mas não dá. Sendo assim, o que farei ? Fantasiar ? Perguntar ? Aprender a voar ? E o outro? Será que ele quer fantasiar, responder, apreciar voos ? Não sei. E em "não sabendo”, temo já ter a resposta. E tendo a resposta, resta-me uma única alternativa a ser assinalada. Odeio me sentir assim, sem opções.

Eu não preciso tomar decisões porque a decisão já foi tomada. Talvez as pessoas não percebam isso, mas eu percebo. Não posso escolher pelo outro coisas que nem eu mesma consigo escolher. E na verdade, acho que é assim que funciona. Não dá para escolhermos pelo outro... decisões precisam estar a nosso alcance, a partir do momento que elas nos fogem ao controle, decidido está. Fazer o quê ? Nem vou te responder o que eu pensei... rs



quinta-feira, 13 de maio de 2010

Frivolidades

Olá...
E eis que enfim, depois de um longo e tenebroso inverno, reapareço. Brincadeiras à parte, desculpem-me pelo sumiço, mas final de trimestre sabem como é... mil notas para lançar e mil médias para fechar... E pra completar, gripei novamente. Ou seja, ou eu via provas, ou eu via minha cama quente. Mas estando aqui mais uma vez, vamos continuar o nosso velho papo...
Estava outro dia almoçando, bem feliz, quando me passou pela cabeça um pensamento: como o amor hoje em dia é algo descartável. Na verdade, não foi bem essa a expressão que me passou pela cabeça, e sim algo como "frivolidade". Para quem não conhece o significado, lá vai:
"Frívolo: adj. 1. Sem importância, sem valor, vão. 2. Fútil, leviano, volúvel."
Não, longe de mim querer dizer que o amor, o sentimento mais sublime e mais nobre de todos, é algo sem importância. Mas fiquei a pensar com os meus botões que hoje em dia este sentimento é tratado sim desta maneira: vã.
Por que comecei a pensar nisto? Conheço um rapaz que almoça comigo todos os dias. Ano passado, quando o conheci, ele era casado há 12 anos. Tem exatos 10 meses que o conheço, e nesses míseros (ou eternos) dez meses, ele separou-se da esposa, arrumou uma namorada e agora está morando com uma terceira cidadã. Três relacionamentos sérios em 10 meses, e isso sem contar os "não-oficiais"... Fiquei pensando nisso... como o amor, ou melhor dizendo, como os relacionamentos de modo geral tornaram-se tão frívolos, tão sem valor.
Antigamente, as pessoas se casavam e viviam juntas até que a morte realmente as separassem. Depois, as pessoas se casavam e se separavam após 15 anos de convivência e com muito pesar. Agora, as pessoas se casam e se separam em seis meses de união sem grandes motivos aparentes. Por que será que isso acontece? Acho eu, na minha então insignificância, que há hoje uma facilidade muito grande. Explico. Se o cara não abaixa a tampa do vaso sanitário ou se a mulher não aperta a pasta dental nas pontas já se têm motivos para a separação. Não há mais aquele "vamos tentar" de antes... Tudo hoje é muito simples, muito fácil. E o contrário também é válido: você conhece alguém e em dois meses já está morando com ele porque se não der certo, é simples: separa! No primeiro obstáculo a ser superado, o amor (ou o pseudo-amor) acaba. Entendem o que eu digo? E além do mais,tem aquele velho conhecido do ser humano: o egoísmo...
Acho isso tudo muito estranho. Quero casar para ficar casada até morrer, quero investir em algo em que eu realmente acredite e não simplesmente me arriscar porque em não dando certo, posso catar as minhas coisas, mudar de casa e depois de seis meses me aventurar em outro casório ou "união estável" novamente - ou seria mais apropriado o termo "instável"??
Sei lá... Deve ser aquela eterna busca do ser humano: a busca pelo novo, pela aventura, pela felicidade... A busca por coisas que nem mesmo sabemos se são reais ou não... Não estou aqui querendo julgar ninguém... só filosofando e pensando no porquê de se mudar tanto de par, com tanta rapidez, com tanta facilidade, como se as pessoas, corações e mentes fossem coisas descartáveis - "coisas"... usei mesmo o termo certo.
Se eu hoje te amo - como vi escrito no bilhetinho de uma aluna hoje para um aluno - amanhã, eu já amarei o seu melhor amigo: "Puxa, amor, aconteceu... Me desculpe." Que raio de amor é esse que passa tão rápido? Ou será que as pessoas hoje em dia não ficam mais juntas por amor, e sim por medo da solidão apenas ? Esta sim é uma boa questão que já discutimos aqui e este sim seria um bom argumento para justificar toda essa quantidade de (ex) amores...
Bom, eu não estou aqui para criticar ninguém, só desejo expor a minha opinião e nada mais. O que sei é que, no fundo, tudo isso tem a ver com uma insatisfação muito grande, um vazio interno gigantesco e uma busca por completar o buraco com qualquer objeto - mesmo que esse objeto seja um outro ser humano... O que sei é que, no fim das contas, macaco satisfeito não precisa e nem pula de galho em galho...
Um bom final de semana para todos.
Que Deus os abençoe.