sexta-feira, 8 de junho de 2012

Inveterada

Eu sei, eu deveria escrever mais, pensar menos, viver mais, sofrer menos. Mas que posso eu fazer se tenho gosto pelo sofrimento? Gosto das frases tristes, das histórias sofridas, dos romances não concretizados, dos amores amargurados e enterrados e renascidos e ressurgidos. Que posso eu fazer se, como os antigos poetas, acho linda a dor de amor?

Deveria, eu sei, celebrar todos os dias as alegrias e a jovialidade do amor. Ok, acho bonito tudo isso de amar e viver num eterno mar de rosas... bonito sim, mas não atrativo. Gosto das histórias, dos dramas - mesmo que eu negue até a morte ser dramática - , dos rolos e enrolos do amor, se me permite a língua portuguesa um possível neologismo.

Gosto dos textos tristes e apaixonados e rasgados e sofridos e ensaguentados. Neles eu me encontro.

Admito, sou uma romântica inveterada. E no sentido original da palavra.