quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um minuto de silêncio

Tá, vamos lá.
Desliguei o telefone agora... Foram 40 minutos ouvindo... 40 minutos pensando, relembrando, analisando e reanalisando coisas, que sinceramente, estavam enterradas. Balanço de tudo ? Não sei ainda... vim aqui deixar a minha mente livre e descobrir se tudo o que escutei fez algum sentido para mim.
Não, não foi há muitos e muitos anos... Aconteceu há alguns meses apenas. Não sei quantos, mas recente demais em vista do que parece ter sido. Pra mim, parece que tudo isso foi há anos, anos e anos. Estranho perceber que não foi.
Conheci você, sim, dirigir-me-ei diretamente a você, no ano passado. Fez um ano em agosto, isso eu sei. Não sei quando você passou a existir dentro de mim, mas sei que foi na mesma época em que esse blog surgiu. Foi legal te conhecer ? Não sei. Sinceramente, não sei. Você me fez rir pra caramba. Mas tenho certeza que me fez chorar muito mais do que me fez que rir. Muito mais mesmo. Não sei há quanto tempo não falo contigo e nem tenho notícias suas (excetuando-se as vezes em que tive a infelicidade de encontrá-lo nas ruas da província), mas isso me deixa em paz. Não saber de você pra mim faz muito bem.
Pois é, mas voltando à ligação...
Pelo que entendi, você perguntou o que poderia fazer para que eu te desculpasse. Fiquei pensando e realmente não consegui pensar em nada... Acho que talvez porque não haja nada a ser feito. Geralmente não guardo rancores e você sabe disso, mas o que sinto por você não é um simples rancor ou raiva... é indiferença. Como já disse uma vez, pessoas como você não merecem a minha palavra.
Por que falar sobre isso então ? Por que acabei de desligar o telefone. Estava ouvindo uma longa história... Pareceu-me um conto de terror saber que a nossa (nossa ? haha, que ironia), a MINHA história contigo foi posta numa roda de conversa, num debate. Menos mal saber que os "seus amigos" ficaram do meu lado, me apoiaram e entenderam a minha decisão de nunca mais querer olhar para a sua cara.
Ah, mas você quer me pedir desculpas... Sabe quantos dias eu esperei as suas desculpas ? Sabe quantos dias eu esperei o seu telefonema ? Não, você provavelmente não sabe. E nem nunca saberá. Mas foram muitos, posso garantir. Entretanto, esse pedido nunca veio... Nunca. Não houve ligação, não houve email, não houve mensagem, não houve recado. Eu tive que saber de tudo por aqui, pela internet, e por outras pessoas que não você.
Sim, eu realmente gostava de você. Muito. E ofereci tudo o que eu poderia oferecer, aliás, até o que eu não poderia: mudar por você. Mas e você ? Você mentiu, fingiu, brincou. E ao descobrir o seu NOVO mundo encantado, simplesmente partiu para ele sem nem ao menos me dizer QUANDO ia. E agora você quer realmente que eu aceite um presente seu como desculpas ? Quer realmente que eu atenda a sua ligação e te ouça pedir desculpas ? Quer realmente que eu sente em um banco ao seu lado, olhe nos seus olhos e aja como se não tivesse acontecido ? Acho que você perdeu o resto de senso que havia em você (se é que já houve). Não, eu também não sei o que você poderia fazer para se "redimir" de tudo o que me fez. Sinceramente, eu não tenho a mais remota ideia do que vc poderia fazer.
Depois de tantos meses, eu estou bem. Foi estranho ouvir tudo o que ouvi hoje, confesso. Fiquei muda. Ouvi por muitos minutos... Ia falar o quê ? Eu não tinha o que falar... Talvez agradecer às pessoas que disseram que eu não merecia, que sou inteligente, bonita, gente boa. Mas para você, O QUE EU TERIA A DIZER ? Feridas não devem ser mexidas, alguém me disse. E eu ouvi.
Durante a ligação, lembrei do seu nome, do seu jeito, da sua voz, do seu nervosismo. Confesso que lembrei. Lembrei da gente aqui na frente de casa, do seu abraço, do seu corpo, dos seus dentes... Confesso que senti saudades até. Era como um filme passando na minha cabeça, um filme desbotado, antigo, triste. Saudoso. Não sei.
Terminou a ligação. Desliguei. Parei. Olhei-me no espelho... cabeça estourando... coração pesado... Você ainda lê o blog... Que surpresa saber disso... Surpresa mesmo. E por isso mesmo, resolvi colocar aqui a sua resposta. A resposta que eu não soube dar por telefone, nem pessoalmente, nem na rua, nem por buzina e nem de nenhuma outra maneira... Sei que ainda vou encontrá-lo mais um milhão de vezes... somos vizinhos. Infelizmente. Mas só o que peço é que, sinceramente, eu jamais precise te olhar de perto novamente. Tenho medo que a minha expressão de desprezo seja constrangedora demais para você. Ou termine de vez com qualquer lembrança boa que você possa ter da minha pessoa.
Acredite, não lhe tenho raiva e nem rancor. Mas também não lhe tenho a menor estima. E quer mesmo saber ?Acho que é melhor mesmo... Prefiro ter na memória a lembrança de um cara que trabalhou comigo, que eu conheci em uma escola e ponto. É como se tudo que tivesse acontecido depois disso com a gente tivesse sido apagado da minha memória.
Não lembro mais do seu nome, nem do seu jeito, nem da sua voz, nem do seu nervosismo. Não lembro mais da gente aqui na frente de casa, nem do seu abraço, nem do seu corpo, nem dos seus dentes... Confesso que é assim. Você é só aquele cara que entrava na sala, falando alto, me incomodando com a sua voz alta e risada escandalosa. E eu para você ? Nunca existi. Você nunca me conheceu de verdade, você nunca foi capaz de perceber quem eu era, sendo assim, para você, eu nunca existi. E sem falsa modéstia, acho uma pena.
Não sei se era isso... Não sei mesmo. Não te desejo felicidade. Não te desejo sucesso. Não te desejo nada de bom. Não te desejo nada além de uma única coisa: apenas receba de volta tudo o que me deu. E acredite, isso não é vingança. Esta é simplesmente a lei do universo... A gente planta o que colhe, e como entre nós não houve semeadura, não haverá colheita. Nunca.
Que a sua consciência seja para sempre o seu guia.

4 comentários:

maria luiza disse...

perfeeeeeeito professora *-* e é isso ai, agora é bola pra frente! ele fez errado, perdeu uma grande pessoa, e também amiga, agora ele vai aprender com os seus erros. demais demais, parabéns

Bárbara disse...

CARAAAAAIO!
Demais amiga, éis fooda...
Me orgulhas mt mt com isso.
ÉIS A MULHEER
hahahahaha ;x

Bárbara disse...

CARAAAAAIO!
Demais amiga, éis fooda...
Me orgulhas mt mt com isso.
ÉIS A MULHEER
hahahahaha ;x

Anônimo disse...

isso mesmo. quem lhe fez sofrer merecia realmente tuas lágrimas? pelo texto acho que não. é estranho explicar essa indiferença á uma pessoa, mas não é impossivel.
Bola pra frente, que éis DEMAIS.
beijos. *-*