sábado, 13 de junho de 2015

Desesperança

Eu sei. Você também sabe. Eu já me apaixonei muitas, inúmeras,incontáveis vezes. Mas em todas as vezes, depois de cada término, eu sempre estava lá: pronta pra outra. Mas dessa vez não. Dessa vez, algo mudou aqui dentro.

O meu último relacionamento durou pouco, mas, estranhamente, foi devastador. Ele destruiu algo dentro de mim. E eu que sempre achei tão legal se apaixonar, hoje tenho medo. Mais do que medo, tenho distanciamento, desconhecimento, impossibilidade. Enfim, depois de 35 anos de vida, eu entendi o que as pessoas machucadas diziam quando afirmavam não quererem mais se relacionar com ninguém. Hoje eu sei o que isso significa. A duras penas, mas sei. 

Ele, o relacionamento ou o rapaz, tanto faz, quebrou algo tão profundamente aqui dentro que muitas vezes eu não me reconheço mais. Eu sei, você vai pensar: é sempre assim. Não, não é. Essa ruptura aconteceu outras vezes, eu admito, mas eu sofria e daqui a pouco estava pronta pra outra. Chorava três meses, lambia as feridas e daqui a pouco: uhul, vamos lá outra vez! No máximo, eu chorava as feridas nos braços de outro. Ou outros. Mas não dessa vez. Estou no luto há mais de um ano. Não tenho vontade de me apaixonar de novo. Não tenho coragem, melhor dizendo. Vontade/coragem/disposição. Vazio.

Ele me fez pirar. Quis morrer, tive que fazer terapia e tomar remédio tarja-preta. Virei um zumbi. Larguei tudo e todos. Definhei em cima de uma cama e depois engordei como nunca havia engordado. Perdi o controle de mim. Depois, passada essa primeira fase, o primeiro ano de desgaste emocional profundo, começou a segunda etapa: o medo, o susto, o desencanto, a quebra, o não-reconhecimento. Hoje, quero distância de sentimentos. É  vazio, é oco. Eu olho para ele e penso: o que você fez comigo, seu desgraçado? 

Eu sempre fui muito passional. Sempre acreditei no amor e, principalmente, em relacionamentos por/com amor. Mas hoje não mais. Pela primeira vez na vida, não estou apaixonada, não quero estar e nem penso na possibilidade de. E confesso que só de pensar nessas coisas, meu coração gela. Definitivamente, algo mudou. Não, não é como antes. Nunca foi assim. E acredite, isso é assustador. O silêncio aqui dentro é assustador. Ensurdecedor, 

Esse não é um texto reflexivo. É só um desabafo, só um bota-fora, um vômito pra ver se isso sai de mim... Nunca foi tão doído e ao mesmo tempo nunca foi tão dormente. Sem dor, sem sentimento, sem vida. Frio. 

1 ano, 2 anos. Chega. Não quero mais. 

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