domingo, 21 de agosto de 2011

Cavernas

Dizem os mais sábios que em uma relação há sempre aquele que domina e aquele que é dominado. Dizem também que por sermos assim, nunca devemos demonstrar por completo o que sentimos pelo outro.


Dizia-me uma amiga que o homem conserva, até hoje, o instinto caçador que nele existe desde o tempo das cavernas. E isso significa dizer que ele, o homem, esse ser tão absurdamente primata, ainda hoje mantém o seu desejo por presas. Especialmente as novas. Ou aquelas que ele considera novas. Dizia-me ainda a tal amiga que nunca, jamais uma mulher deve deixar que o (seu) homem saiba o que ela sente por ele. Nunca, continuava ela, um homem pode saber que a (sua) mulher o ama acima de qualquer coisa e que por ele faria qualquer coisa.

Não acredito que isso seja um privilégio masculino, mas sim um privilégio (???) da raça humana. Todo ser humano, homem ou mulher, é assim. Basta saber que alguém estará sempre ali, à espera, para deixar esse serzinho de lado. Mesmo que inconscientemente. Afinal, ele sempre estará por ali mesmo. Porém, a qualquer sinal de desinteresse ou frieza, parece que o velho eu-primata ouriça os pelos e acende uma luz de alerta, deixando o tal ser dominante extremamente à mercê do outro, o dominado. As posições se invertem. Em outras palavras: se você caga pra alguém, esse alguém corre atrás de você; se você corre atrás de alguém, aí o tal alguém cagará para você.

O ser humano é assim. Gosta daquilo que não tem. Pelo menos não por completo. O ser humano gosta da caça, da conquista, da busca. A partir do momento em que ele sente que tudo está na mais perfeita ordem, na mais perfeita paz, no mais perfeito controle, já era. É preciso o tempo inteiro estar buscando, estar com a pulga atrás da orelha, estar com aquela sensação de “será que ela(e) me ama mesmo?”. A dúvida, apesar de tudo, ainda é um grande fetiche, queiram vocês ou não.

Veja, não estou aqui fazendo apologia à insegurança ou desconfiança. Longe disso. O que quero dizer é que não adianta ficar correndo atrás de ninguém o tempo inteiro. Isso cansa. Pode perceber: quanto mais se corre atrás de alguém, mas esse alguém escorrega pelos dedos. E por outro lado, quando se deixa um “quezinho” de dúvida, o ser amado, desejado, idolatrado sempre fica por ali, marcando presença e mostrando que sim, ele é o melhor que se pode conseguir em mil anos de evolução...

Ah, como seria bom se juntamente com a Teoria da Evolução das Espécies viesse também a Teoria da Evolução das Mentes... No fundo, homens e mulheres são seres ainda não muito racionais. Querem - e precisam - ser amados, mas se se sentem amados em tempo integral, se cansam e querem novas emoções. Querem e precisam amar, mas se amam, temem demonstrar esse sentimento. E se demonstram, correm o risco de afastar o outro ser envolvido. Se não demonstram, o risco é o mesmo... Oh, coisinha complicada essa!!

Qual a solução então? Não sei... O que tenho visto - e aprendido - é que quanto mais nos mostramos entregues, mais vulneráveis ficamos. E quanto mais vulneráveis, mais chances temos de nos machucar. Mas, me explica, como não ficar vulnerável quando o coração da gente está completamente tomado??? Essa pergunta eu também não sei responder... Talvez, mais uma vez, a solução seja o tal do meio termo... Nem tanto, nem tão pouco... Não correr tanto atrás, mas também não deixar de lado. Não paparicar o tempo tempo, mas também não deixar o outro desolado. Seria então a filosofia do Morde-Assopra?? Hum... Acho que o grande lance é saber dosar presença e a ausência, certeza e dúvida, entrega e resguardo... Maaas, alguém aí sabe como se faz isso??? Se alguém souber, ótimo. E se alguém não souber, bem-vindo ao clube! E quem descobrir, por favor, me conte... Ando realmente precisada... hehehe


Um grande beijo e boa semana para vocês!

2 comentários:

Lilian disse...

Eu descobri! Descobri que não tem fórmula...pq quando A e B querem, não tem essa de dar atenção demais ou de menos...né?! Acho que de fato estamos fazendo as escolhas erradas. Mas a gente é nova, um dia a gente aprende! rsrs...

Elem disse...

Não acho é porque estamos fazendo as escolhas erradas, não... acho realmente que sempre um vai dominar e o outro vai ser o dominado. Em qualquer relacionamento....

E outra coisa, já conversamos sobre isso: chega de pessimismo! TUdo vai dar certo!!!! Estamos no caminho!!