sábado, 27 de dezembro de 2008

Compensa então ?

Lendo, ouvindo e pensando em algumas coisas.

A vida é boa, mas nos prega peças. A gente chora, xinga, reclama, mas se pararmos pra pensar, veremos que as coisas funcionam na lei da compensação. Você perdeu um amor ? Perceba como logo em seguida você conheceu alguém que te fez rir. Perdeu um emprego ? Perceba como arrumou tempo pra descobrir prazer nas pequenas - ou grandes - coisas. Perdeu alguém ? Olhe ao redor: você ganhou algo bom. E por aí vai. Poderia dar vários exemplos aqui, mas acho que não preciso fazer isso. Pelo menos não agora.
Lendo o blog de uma amiga comecei a pensar nisso. Ela diz que esse foi o pior ano da vida dela. Que apesar de ter passado em três concursos públicos e ter entrado para o mestrado na federal, ela não se sente feliz porque teve uma perda que é maior do que tudo isso. A perda de um ente amado. E muito amado, tenho certeza. Claro que eu nem imagino a dor que ela sente, e nem quero ser hipócrita de dizer o contrário, e sou solidária - de verdade - à dor dela. Mas ao ler aquele post - que mexeu muito comigo - fiquei pensando sobre isso.
E aí, lembrei de alguns acontecimentos da minha vida e fui relacionando tudo com tudo.
Quando saí de um relacionamento que acabou com a minha alma, no momento seguinte eu conheci uma pessoa que me fez tão bem e que me elevou o espírito literalmente. E naquele momento era o que eu mais precisava: alguém que me elevasse o espírito e me mostrasse que eu ainda tinha alma. Remendada, mas tinha. Semana passada, quando decidi que ser dissimulada era o que me restava, conheci uma pessoa que me faz rir, todos os dias, com grande sinceridade. Quando fui demitida de uma grande empresa, descobri a alegria que era poder ter uma vida saudável fora de um escritório com paredes de vidro. Percebi que eu podia ir ao cinema às 14h sem dor na consciência e que isso era maravilhoso. E pensando nestes e em vários outros acontecimentos, dentre os mais remotos até os atuais, fui percebendo que todas as vezes que uma grande perda surgiu em minha vida, uma grande vitória também surgiu. Coincidência ? Não sei... Mas preferi pensar que é uma compensação. A vida não é tão cruel. Às vezes ela dá uma rasteira, mas logo em seguida abre os braços e entrega um presente. É assim que tem sido.
Como já disse aqui, vejo muita gente todos os dias. E ontem enquanto desenhava este pensamento em minha cabeça, fiquei pensando nas histórias que ouvi - e ouço - ao longo da vida. E em todas elas, cheguei à mesma conclusão: sempre que perdemos uma coisa, ganhamos algo em troca. O problema é que às vezes não queremos trocar. Queremos unicamente aquilo que perdemos e acabamos não dando "valor" àquilo que a vida está nos oferecendo. Difícil às vezes aceitar ? Sim, sempre é difícil. Nem sempre estamos esperando ou desejando trocar nada por nada - ou tudo por tudo. Mas acredite, se estivermos com os olhos abertos veremos que coisas boas acontecem ao nosso redor todos os dias. E por favor, não sejamos ingratos... Agradeçamos então as novas bênçãos recebidas. Que assim, seja. Amém.

2 comentários:

Marcia disse...

Puxa, pq vc sempre me faz pensar com seus textos, hein? Tava eu lendo e tentando encontrar as compensações e, de repente, "O problema é que às vezes não queremos trocar." É issso né? É isso, tenho certeza. (Obrigada pelas bençãos - foi só uma oração, baixinho...)

Eu sou a Fabiana Carneiro, disse...

Poxa, essa tua amiga citada no texto só pode ser uma ranzinza!! hahaha.
Pois é. Falaste bem. Há trocas que não queremos fazer. E a compensação da minha perda veio sim: Se eu não curtir AGORA com quem ainda me resta, as perdas para a morte continuarão me levando para o fundo do poço. E só!