terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Inspiração alheia

Hoje recebi um texto por e-mail. Um arquivo do Word escrito por uma amiga, que me enviou para que eu lesse despretensiosamente... Apesar de saber qual era o tema, surpreendi-me. Não com a forma, porque eu já sabia que se tratava de alguém que escreve bem, mas com a intensidade e profundidade do que fora redigido.

Eram quatro páginas. Mas era tão comovente a história que ela contava que fiquei presa a cada palavra, a cada linha. E ao chegar ao final, percebi que eu estava aqui, parada, com o rosto molhado e os olhos ainda com lágrimas. O que me fez chorar foi a quantidade de emoção que ali estava presente, bem diante de mim, e não a TPM... Fiquei a pensar no tempo e nas coisas da vida. Algumas frases mexeram comigo, me fizeram parar e pensar junto com ela. Li o texto e lembrei-me de uma frase que aprendi em 2009 com o Julio: "o amor não basta para unir duas pessoas". Queria dizer isso a ela, mas acho que nem seria preciso. Ela parece ter aprendido isso também... mas por outro caminho.

Fico me perguntando por que para algumas pessoas é tão simples lidar com o amor, seja o seu ou o do outro, e para outras é tão difícil... Por que algumas pessoas têm o poder de simplesmente arrasar a vida sentimental do outro, sem pedir licença ou desculpas posteriores? O amor não deveria ser sempre uma coisa bela, saudável e gostosa de se viver? Pelo menos foi assim que nos ensinaram nos contos de fadas... Por que então percebemos, na vida adulta, que na verdade os contos de fadas não existem? Por que na vida real não ouvimos sinos, o mundo não conspira a nosso favor e não vivemos felizes para sempre?

Pensei nessa questão... O que é “viver felizes para sempre”? Isso existe realmente? Como pode existir, se nada é para sempre? Ou será que o amor é eterno mesmo? Talvez o Vinícius tenha razão... é eterno até o fim. Talvez o amor possa até durar para sempre, mas não é ele quem mantém as pessoas unidas pela vida inteira... O que une são outras coisas: cumplicidade, companheirismo, romantismo, respeito... O relacionamento será perfeito, havendo amor ou não, se as duas pessoas envolvidas assim o quiserem. Se eu sei respeitar o outro e aquilo que foi estabelecido naquela relação, sim, eu terei um conto de fadas... Não necessariamente aquele dos príncipes e princesas, com beijos capazes de quebrar maldições e romances que perduram ao longo dos séculos, mas aquele outro tipo de conto, os de convivência ou até mesmo conveniência.

Para a relação dar certo é preciso, antes de qualquer coisa, que as partes envolvidas queiram isso, tenham o mesmo objetivo. Muitas vezes, não importa o know how, mas sim aonde se quer chegar... Se eu quero que algo dê certo, eu vou lutar por aquilo. Mas por mais que eu lute, se eu estiver sozinha, em nada vai dar... Eu vou cansar. Quantos relacionamentos terminaram por isso, porque uma das partes cansou de tentar sozinha? Não existe uma luta ganha nesse aspecto se os dois não estiverem envolvidos... Em algum momento, para dar certo, o outro também precisa se entregar e querer. Enquanto isso não ocorre, a busca é em vão... E quantas buscas em vão temos acompanhado, presenciado, vivido??

É preciso sempre se ter o cuidado de não magoar o outro, por exemplo, não alimentando coisas que não poderão ser cumpridas depois... O jogo aberto e limpo continua sendo o melhor caminho... E se não deu certo dessa vez, é vida que segue... Difícil, capengando no começo, mas é assim que funciona... Mas lutar sozinho é algo que não vejo com bons olhos... Se o trabalho é para dois e apenas um faz, consequentemente o desgaste irá além de um simples cansaço físico ou mental. O desgaste e o cansaço podem aniquilar de vez um coração... Pensem bem... existem coisas que não valem a pena, por mais que achemos que valem... O tentar é legal, o querer, o desejar, até mesmo o batalhar... mas, o "se matar" por alguém, o se sacrificar, o se autoflagelar... isso aí já não é mais salutar. E aqui vale lembrar o velho ditado: quando um não quer, dois não brigam. Relacionamento é uma troca, uma via de mão dupla, um diálogo... jamais um monólogo.

Amiga, obrigada pelo texto. Amei a sua sinceridade, a sua pureza de coração, a sua coragem para escrever aquilo... E lembre-se, muitas vezes um final triste não é realmente um final triste...
Aos demais, obrigada pelos acompanhamentos...Vocês são muito importantes para mim.

Um grande beijo para todos, uma boa semana e um excelente ano.
E que venha o Carnaval (já falei pra vocês que vou pra Recife ??? hehehehehe)

Beijos

8 comentários:

Anônimo disse...

E esse livro que não sai???
Lindo texto!

eliza rebello disse...

Ai que lindo professora *-* chorei aqui.
beijos

Anônimo disse...

Amiga! Fiquei muito feliz de ter te inspirado! E adorei suas reflexões sobre o tema! Mandando bem, pra variar!
Ah...vou pensar sobre o final triste nem sempre ser triste...de repente nem é mesmo né?
;~)

Elem disse...

Vcs são sempre a minha inspiração... hehehehehe

Rê disse...

O livro de crônicas já demorou, concordo c o anônimo lá em cima, rsrsrs... Pois é, no q se refere ao final triste, também acho q nem sempre é assim tão triste, pelo menos pra uma das partes. Lindo texto, agora fiquei curiosa p saber quem é essa tal amiga, rsrsrs...
bj

Jenny disse...

Já demorou? Já era para estar no terceiro né!?. Bom, acho que uma frase ali me tocou muito. "não alimentando coisas que não poderão ser cumpridas depois". é, tenho que fazer isso. hehe. e amor? não basta. é muito mais. tantas pessoas já tentaram desvendar como se cria um relação forte e duradoura. Se fosse fácil, todos comprariam aqueles livros de auto-ajuda. Afinal, eu acho que não é a realização de sonhos que é fácil, mas com uma boa pessoa ao lado, ela se torna incrível.
Inspiração alheia.. me desse várias já. mas, preguiça de panda é enorme. :D
beijos, amo-te.

Anônimo disse...

maravilhoso *ooo*

Anônimo disse...

é. os dois lados tentando!!! se nao é f***.
Ricardooo