quinta-feira, 13 de maio de 2010

Frivolidades

Olá...
E eis que enfim, depois de um longo e tenebroso inverno, reapareço. Brincadeiras à parte, desculpem-me pelo sumiço, mas final de trimestre sabem como é... mil notas para lançar e mil médias para fechar... E pra completar, gripei novamente. Ou seja, ou eu via provas, ou eu via minha cama quente. Mas estando aqui mais uma vez, vamos continuar o nosso velho papo...
Estava outro dia almoçando, bem feliz, quando me passou pela cabeça um pensamento: como o amor hoje em dia é algo descartável. Na verdade, não foi bem essa a expressão que me passou pela cabeça, e sim algo como "frivolidade". Para quem não conhece o significado, lá vai:
"Frívolo: adj. 1. Sem importância, sem valor, vão. 2. Fútil, leviano, volúvel."
Não, longe de mim querer dizer que o amor, o sentimento mais sublime e mais nobre de todos, é algo sem importância. Mas fiquei a pensar com os meus botões que hoje em dia este sentimento é tratado sim desta maneira: vã.
Por que comecei a pensar nisto? Conheço um rapaz que almoça comigo todos os dias. Ano passado, quando o conheci, ele era casado há 12 anos. Tem exatos 10 meses que o conheço, e nesses míseros (ou eternos) dez meses, ele separou-se da esposa, arrumou uma namorada e agora está morando com uma terceira cidadã. Três relacionamentos sérios em 10 meses, e isso sem contar os "não-oficiais"... Fiquei pensando nisso... como o amor, ou melhor dizendo, como os relacionamentos de modo geral tornaram-se tão frívolos, tão sem valor.
Antigamente, as pessoas se casavam e viviam juntas até que a morte realmente as separassem. Depois, as pessoas se casavam e se separavam após 15 anos de convivência e com muito pesar. Agora, as pessoas se casam e se separam em seis meses de união sem grandes motivos aparentes. Por que será que isso acontece? Acho eu, na minha então insignificância, que há hoje uma facilidade muito grande. Explico. Se o cara não abaixa a tampa do vaso sanitário ou se a mulher não aperta a pasta dental nas pontas já se têm motivos para a separação. Não há mais aquele "vamos tentar" de antes... Tudo hoje é muito simples, muito fácil. E o contrário também é válido: você conhece alguém e em dois meses já está morando com ele porque se não der certo, é simples: separa! No primeiro obstáculo a ser superado, o amor (ou o pseudo-amor) acaba. Entendem o que eu digo? E além do mais,tem aquele velho conhecido do ser humano: o egoísmo...
Acho isso tudo muito estranho. Quero casar para ficar casada até morrer, quero investir em algo em que eu realmente acredite e não simplesmente me arriscar porque em não dando certo, posso catar as minhas coisas, mudar de casa e depois de seis meses me aventurar em outro casório ou "união estável" novamente - ou seria mais apropriado o termo "instável"??
Sei lá... Deve ser aquela eterna busca do ser humano: a busca pelo novo, pela aventura, pela felicidade... A busca por coisas que nem mesmo sabemos se são reais ou não... Não estou aqui querendo julgar ninguém... só filosofando e pensando no porquê de se mudar tanto de par, com tanta rapidez, com tanta facilidade, como se as pessoas, corações e mentes fossem coisas descartáveis - "coisas"... usei mesmo o termo certo.
Se eu hoje te amo - como vi escrito no bilhetinho de uma aluna hoje para um aluno - amanhã, eu já amarei o seu melhor amigo: "Puxa, amor, aconteceu... Me desculpe." Que raio de amor é esse que passa tão rápido? Ou será que as pessoas hoje em dia não ficam mais juntas por amor, e sim por medo da solidão apenas ? Esta sim é uma boa questão que já discutimos aqui e este sim seria um bom argumento para justificar toda essa quantidade de (ex) amores...
Bom, eu não estou aqui para criticar ninguém, só desejo expor a minha opinião e nada mais. O que sei é que, no fundo, tudo isso tem a ver com uma insatisfação muito grande, um vazio interno gigantesco e uma busca por completar o buraco com qualquer objeto - mesmo que esse objeto seja um outro ser humano... O que sei é que, no fim das contas, macaco satisfeito não precisa e nem pula de galho em galho...
Um bom final de semana para todos.
Que Deus os abençoe.

3 comentários:

Hed disse...

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Isso é amor ....

Otima reflexão

Bjao do Hed

TOSCONAAA disse...

Elaininhaaaaaaa!!
Texto Ma-ra-vi-lho-so!!

Infelizmente o "amor"(dito amor né,pq realmente quem faz isso não conhece o significado do AMOR), virou mercadológico. Se eu não gosto de ti, TROCO. O ser humano virou tão imediatista qeu acha que as pessoas e tudo o que tem na volta é descartável, não deu resultado, ta lento, TROCO!
Sabes que não sou uma escritora como vc. Mas ponho algumas frases soltas pra acrescentar.
Abraço enormeeeeeee!!!!!

Fica com DEus

Elem disse...

Adorei a analogia... realmente vc usou a palavra certa: mercadológico. Se vc não me satisfaz mais, o procedimento é simples: eu troco vc por um modelo mais novo...
Que mundo é esse? Quero um mundo melhor para os meus filhos...
Beijo, lindona...