quinta-feira, 9 de abril de 2009

Teatro

Com dor de cabeça. Não sei ao certo se é o sono ou se é o pensar.
Literalmente, estou com a cabeça quente.

Não sei onde devo buscar inspiração para escrever. Leio blogs alheios, livros, crônicas e vários textos que não são meus e penso em como eu gostaria de tê-los escrito. Algumas pessoas falam por mim e sinto uma raiva (ou seria inveja) enorme disso: como alguém pode descrever melhor do que eu o que EU sinto ? Eu não sei. Talvez, eu não tenha aprendido ainda a escrever... Talvez seja isso. Ou então, talvez, os desconhecidos me conheçam melhor do que EU me conheço.

Na verdade, às vezes sinto a vida como se fosse um grande filme, uma grande novela que demora demais para chegar ao fim. Saca “Lisbela e o Prisioneiro” ? Então... Talvez eu esteja vivendo desta maneira: achando que logo, logo a cena final virá e tudo será resolvido como nos capítulos de um folhetim qualquer. Mas de repente me deparo com a realidade dizendo que não é assim que funciona. Não, eu não estou vivendo um filme e nem muito menos EM um filme. Isto é vida real, vida passando, vida que não precisa chegar ao final com um happy end. Definitivamente não é isso.

Bem que eu gostaria que fosse. Já escrevi vários textos sobre isso... Como é estranho assistir tudo de camarote e de repente me dar conta de que a atriz principal sou eu. Tá, confesso, às vezes sou a atriz coadjuvante e não a principal. Mesmo assim, é estranho perceber que não terei direito a um último capítulo em que todas as coisas se resolvem como num passe de mágica.

Não, o vilão não ficará louco, o mocinho não perceberá que eu sou o grande amor de sua vida, e eu ? Definitivamente, eu não terminarei os meus dias daquele jeitinho que eu sonhei no primeiro capítulo. Por quê ? Porque a vida às vezes não é tão legal como na TV. As coisas não saem como espero e geralmente quando espero é aí mesmo que nada acontece. Ultimamente tem sido assim. E por isso eu, que sou uma pessoa otimista, não vou me pronunciar dizendo o contrário.

Se eu fosse a escritora da minha trama, faria diferente. Montaria a minha personagem livre de sonhos e desejos. Escreveria alguém mais realista, mais pé no chão, alguém que acreditasse apenas nos números e não nas letras, alguém que não lesse entrelinhas e que entendesse apenas o que estivesse escrito nos diálogos e não nas rubricas. Se eu me escrevesse, seria dessa forma mais livre, mais feliz, mais viva. Ou seria o contrário ? Mais presa, mais infeliz, mais morta. Não sei. Não vivi os dois lados para descobrir. Ou será que vivi e não sei ?

Estou cansada de amores impossíveis, cansada de sonhos que não acontecerão, cansada de pessoas que acham que o mundo é um grande palco. Quero minha passagem para Marte. Solidão por solidão, fico por lá. Pelo menos lá posso contemplar o universo sob um novo olhar.

Alguém me disse uma vez que não adianta fugir para lugares distantes quando o mal está dentro de nós mesmos. Tenho me sentido sozinha. Muito sozinha. E continuo achando que a pior solidão é a solidão acompanhada. E a coisa anda meio que misturada. Solidão acompanhada e solidão solitária. Quero (e preciso de) novos desafios... minha bateria está fraca, muito fraca...



** Hoje, depois de muito tempo, sai ao sol. Senti o vento, o sol, o calor. Vi gente, homens e mulheres diferentes. E pensei comigo: “preciso fazer isso mais vezes...” Mas foi só um pensamento perdido... Estou cansada demais para pensar nisso agora... e depois... e depois...

4 comentários:

Equilibrista disse...

É terrivel quando a gente sabe exatamente o que a gente sente, mas não consegue escrever, nem traduzir, nem explicar, nem desenhar. E quando encontramos alguém que tem a habilidade de dizer claramente o que sentimos dá uma raiva imensa.

Mas não se sinta assim, já me identifiquei com várias coisas no meio dos seus textos. Você escreve super bem.

Quanto a solidão, acredito que ela ás vezes é necessária.

Obrigada por visitar o Equilibrio Bambo ;)

Eu sou a Fabiana Carneiro, disse...

Quem foi que disse que a vida na TV é legal??? A tua é bem mais engraçadinha... hsuahsuahsuahas


(Adoro teus textos e sinto raiva quando você escreve o que EU gostaria de ter escrito...)


=**

Anônimo disse...

Olá Elem ! estou qui depois de um longo tempo , e ao terminar essa leitura percebir que não sou o único que tem esse sentimento de ser o protagonista da sua própria vida ..foi muito bom ler isso,sobretudo os primeiros parágrafos onde você descreve a sua angúnstia por não conseguir se expressar e ver em cada blogger tudo aquilo que vc queria dizer ( escrever ) pode acreditar..eu tbm sinto muitooo isso..e como...o que eu tenho para falar que isso é passageiro, é um tipo de crise que s acumula devido ao excesso de sentimento...isso é normal depois passa eu já passei por isso e acabei de passar...gostei muito do que li...vc sempre traz assuntos interessantes para sus leitores...!
Hoje matei a saudades...beijos ..boa semana !

Marcia disse...

Talvez essa ida pra Niterói recarregue as baterias e te sintas mais forte, mais viva. Depois me conta!
Ah, vc que escreve o que as pessoas queriam ter dito... ehehehe
Bj! Energias mil!