quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quem diria...

Já dizia o poeta: “e quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração??”
O Renato, também conhecido como “cachaça”, era engraçado. Ele dizia que o melhor de se ter uma namorada era a certeza de ter sexo a qualquer hora do dia ou da noite. E eu achava isso bizarro, afinal de contas, naquela época eu ainda acreditava no amor...
Pois bem. Ele era um cara gente boa, trabalhávamos na mesma empresa e morávamos na mesma cidade-ovo: Niterói. Vez ou outra, curtíamos uma baladinha e fazíamos umas festinhas juntos, mas nada de muito extravagante. Confesso que chegamos a trocar umas bitoquinhas, mas e daí ? Eu dei uns beijinhos nele, a minha prima deu uns beijinhos nele, a secretária da empresa deu uns beijinhos nele... ou seja... dar uns beijinhos nele, não era nada de muito importante. Renato, Renatinho, Nato, ou qualquer coisa do tipo, era daqueles que não dava para se apegar. Era só mesmo para pegar... Ele era uma figuraça justamente por isso, simplesmente não ligava para nada. Era tão bonitinho... mas o que tinha de bonitinho, tinha de desleixado. Os cabelos sempre estavam desgrenhados, as olheiras permanentemente embaixo dos olhos azuis-piscina, as roupas nem sempre estavam alinhadas, mesmo trabalhando em uma grande empresa... a sorte dele é que ele nunca saía para caçar “mulerzinhas”, e sim para beber com os amigos inseparáveis. E foi dessas bebedeiras que surgiu o apelido “pudim de cachaça”, que passou a ser apenas “cachaça”, o que demonstrava, obviamente, que era um apelido carinhoso. Sempre pensamos no Renato desta maneira: um eterno boêmio, amigo da cerveja, do vinho, da caipirinha e de qualquer outra coisa que tivesse álcool. Namorar? Nem pensar... nem pelo sexo certo... rs
Um dia, porém, para surpresa geral, ele veio com um papo sobre uma menina da faculdade (sim, ele fazia faculdade)... Ninguém, obviamente, deu ideia. Pensamos que era apenas mais uma moçoila sem importância que tinha caído nas graças dele. Mas uma semana depois ele continuava falando sobre a mesma menina. Confesso que se não dávamos muita importância antes, depois que conhecermos a tal menina, aí mesmo que não demos importância nenhuma. Ela era simplesmente uma paty, lisa e loira, hiper estudiosa, trabalhava no Banco Real e não morava em Niterói. Ou seja... o que ela ia querer com ele? Tomar cerveja é que não podia ser....
Mas pelo que sim, pelo que não, fingindo estudar ou não, o fato é que o menino conseguiu atrair a atenção dela e incrivelmente começaram a namorar. Só para constar: ele era o único solteiro do grupo, justamente por se dizer cético em relação a relacionamentos. Em pouco tempo, a menina ganhou o apelido de “primeira dama”, - claro que ela nunca soube disso - afinal, o Renato deu uma leve sumida do mapa... Pensamos que ele estava simplesmente usufruindo do maior mérito que o namoro proporcionava, segundo ele, é claro... Mas a coisa foi se agravando e nós, os amigos, resolvemos averiguar. Ele, obviamente, não dava o braço a torcer e para provar que não era um menino dominado pela namorada, voltou a sair com os amigos. A única diferença entre ele e os outros meninos do mundo, é que ele sempre levava a primeira dama junto. Não importava se no bar escolhido estivessem ele e mais dez homens do time de futebol: ela, com certeza, também estaria junto. Eu, que nessa época namorava há pelo menos dois anos o melhor amigo dele, ficava de cara... Pensava “o que essa menina deve ficar fazendo enquanto os homens ficam falando sobre futebol e mulher??” Nunca descobri.
Sei que os anos se passaram. Todos os namoros firmes e que despertavam total credibilidade no grupo e fora do grupo terminaram, mas justamente aquele que ninguém nunca acreditou, vingou. Em uma festa de Reveillon, a última em que estive com ele, os pombinhos falavam, sob o olhar assustado dos demais membros do grupo, sobre a compra de geladeiras e freezers para o enxoval de casamento. Realmente, ele havia mudado. Nem queria mais ser chamado de Cachaça:
- Isso não pega bem... – dizia ele.
Ok,não pega bem... Entendi.
Nesse mesmo ano do Reveillon, o das geladeiras duplex, eu terminei o meu namoro quase-casamento, o outro casal também terminou (e fizeram até listinha para vender os móveis do enxoval), e o outro menino também desistiu do casório no pé do altar, mesmo com o terreno já comprado para a futura casa... Renato, ex-“Cachaça”, que era o único solteiro convicto do grupo, porém, casou-se. Foi morar em outra cidade, coisa imperdoável para um niteroiense, no apartamento do pai da menina, junto com mais três irmãs dela, feliz da vida, como se nunca tivesse havido nenhum outro ser diferente daquele que agora era e sumiu de vez. Conta a lenda que, às vezes, ele se lembra dos velhos amigos e manda mensagens... mas não sei, não... eu, como não faço mais parte do grupo, não posso dizer...
Enfim... qual a lição ?? Não adianta negar... quando nos apaixonamos, todas as nossas convicções caem por terra... E claro, não esqueçamos do velho ditado: de onde menos se espera, é de onde se sai...


P.S.: Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência. Os nomes foram trocados para preservação do rapaz... rsrsrsrs

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Textos noturnos

A primeira pessoa a me dizer que sou pessimista no amor foi o mineirinho mais fofo do mundo. Disse que eu deveria cuidar das coisas que digo e escrevo porque acabo atraindo essa negatividade toda para mim. Talvez, todas as pessoas que eu conheço já pensassem desta forma, porém, nunca tiveram coragem de dizer isso assim na lata para a minha pessoinha... Enfim. Parece que neste final de semana as minhas amigas todas resolveram fazer isso... me dizer e me mostrar o quanto ando pessimista com relação a relacionamentos. Nada agressivo, claro... mas disseram. E eu fiquei pensando se eu não estou sendo taxada como "a pessimista do grupo", aquela que simplesmente não acredita em nada.
É, realmente não posso falar o contrário. Realmente não acredito em muitas coisas... muitas das coisas nas quais eu acreditava morreram. E isso já faz alguns anos. Mas perguntei hoje, então, qual deveria ser a minha posição em relação a tudo o que vejo e sinto. Simplesmente ficar mentalizando que tudo vai se encaixar não me parece muito convincente. Não me acho pessimista, me acho cética, na real... E são duas coisas completamente diferentes... Não acredito mais em relacionamentos... não sei se ainda acredito que um dia casarei e terei filhos. Já disse, me acho muito velha para isso... Não me vejo com tempo hábil para conhecer alguém, me apaixonar, casar e ter filhos. A menos que tudo isso consiga acontecer num curto espaço de 2 anos... Difícil, mas não impossível, eu sei. E como todo mundo me diz: onde está escrito que essas coisas têm idade para acontecer.
A Lilica disse que se um em cem é o cara certo, então temos que achar esse um. Mas eu fiquei pensando... se de cem, só existe um que é bom, posso muito bem fazer parte do grupo dos 99 que não são (ok, admito... agora fui muuuito pessimista - rs). Fiquei pensando que Deus deve escolher, lá do alto do trono dele, aqueles que simplesmente não terão o direito (ou dever) de constituir família. E, veja que merda, ele deve ter me olhado e me marcado com um x bem grande no meio da minha testa... Do tipo, “querida, você vai se f*** em todos os seus relacionamentos, até que um dia você vai cansar, parar de tentar e vai aprender a viver sozinha.” Sei lá, mas deve ter passado mais ou menos isso pela cabeça dele antes de carimbar o me passaporte de “solteira”.
Confesso que algumas vezes já parei para me perguntar onde eu erro. Hoje me perguntei de novo. Devo voltar a ser Sandy? Devo fingir ser uma boa menina (por que fingir? E eu por acaso não sou uma boa menina??) Devo ser fragilzinha? Devo me fazer de puritana? Cara, sinceramente, eu não quero alguém que queira uma mulher assim. Quero alguém que me assuma com todas as minhas loucuras. Sei que tenho muito mais qualidades que defeitos. Sou simpática, gente boa, engraçadinha, inteligente, sei conversar, gosto de dançar, amo assistir filminhos e cozinho muito bem. Claro que como tudo e todos, tenho o lado avesso também. Talvez, eu devesse ser mais bonita e menos inteligente. Talvez, eu devesse traçar metas e arquitetar planos que possivelmente dariam certo. Talvez, eu devesse mentalizar todos os dias que encontrarei um cara que me conquistará todos os dias. Talvez, eu devesse me abrir mais e deixar de ser tão preconceituosa. Talvez, eu devesse morar em outra cidade. Talvez... Talvez... Talvez... Não acredito que para encontrar alguém eu tenha realmente que ser tão racional. Não sei o que é a coisa a certa a se fazer, mas tenho dúvidas, e quer saber, já estive em todas as pontas, já tentei de todas as maneiras e sabe quando deu certo? Quando alguém me olhou e eu olhei e aconteceu. Nunca foi pré-escrito, pré-concebido. Em todas as vezes foi assim. Um momento mútuo.
O amor não deve ser despertado sem que ele o queira. O amor deve ser despertado por si próprio... E por mais que me digam que não, eu continuo acreditando em destino e sei que se em algum lugar estiver alguém para mim, realmente, ele aparecerá. Pensando agora nisso, me dei conta que todas as pessoas com as quais me envolvi foi assim. Acasos, coincidências, amor. Talvez, eu devesse mesmo me abrir mais para as coisas boas da vida. Até este ponto, eu concordo. Agora, os demais pontos... não sei, tenho questionamentos.

Boa semana para todos.
Beijos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sobre ontem

Amigas são realmente tudo de bom.

Todos sabem que não ando muito bem... estou com problemas que andam me tirando o sono e a saúde e justamente por isso tenho evitado - e muito - ver gente. Tenho preferido muitas vezes ficar só, dentro da minha concha, a sair e socializar. Afinal, não quero chatear ninguém com meus problemas e ultimamente anda difícil, muito difícil, não falar sobre eles.
Mas hoje me rendi. A mensagem “Mas vê se vai. Bjos” soou para mim como “você precisa sair de casa e melhorar esse ânimo”... Mesmo com uma vontade incrível de não ir, mesmo com a confusão da mudança de casa, mesmo com a chuvinha fria que insistia em me fazer ficar em casa, eu fui. E foi muito bom.
Encontrei minhas amigas, comi pão com nutella, ri das histórias antigas, chorei com os problemas atuais, ouvi conselhos, filosofei sobre homens, maridos, namorados, feios, bonitos e traição, vi fotos dos atuais, ex, futuros, futuros-ex, possíveis e impossíveis, ouvi boas notícias, enfim... descobri que amigas são assim... não importa se estamos bem ou mal, elas estão lá... para ouvir, para falar, para rir, para levantar o astral, para puxar a orelha, para dizer: “Olha, é normal... todo mundo passa por isso...” Ai, como foi bom.

Cheguei em casa agora com uma sensação boa na alma. Elas não me deram soluções, mas me apontaram caminhos e me fizeram esquecer, por algumas horas, todas as questões que vêm me tirando a paz nas últimas semanas... Como eu queria que os problemas sumissem para sempre, mas infelizmente eles não sumiram. Entretanto, tenho a compensação de saber que os laços verdadeiros da amizade sempre existirão, não importa o quão negra anda a minha aura, não importa o quão difícil seja o momento passado.

Meninas, obrigada por tudo. Se estamos todas passando por uma fase insensível ou não, eu não sei dizer... mas de uma coisa eu tenho certeza, vocês continuam sendo muito importantes para mim. Admiro o que há entre nós justamente pelas nossas diferenças e principalmente pelo respeito que existe, acima de tudo. Obrigada pela noite. Por essa de hoje e por todas as outras, passadas e futuras.

Um grande beijo a todos os meus amigos de verdade - que, graças a Deus, são muitos.
E que venha o final de semana de chuva e provas... rs

terça-feira, 1 de junho de 2010

S2

Não sou e nem nunca fui de distribuir sorrisos. Nunca vi mto sentido em sair mostrando os dentes para todos. Sorrio apenas para quem merece receber um sorriso meu. E ponto. Não gosto de quem se arreganha para qualquer um e, pior ainda, desconfio - e muito - dessas pessoinhas que insistem em ser simpáticas e amáveis o tempo inteiro.
Bom, tudo isso não é novidade para ninguém, mas parece que algumas pessoas ainda não sabem disso. Não, eu não vou te falar coisas agradáveis se eu realmente não sentir e não farei questão nenhuma de te agradar se você não merece ser agradado. Pelo contrário. Ignorarei você, a sua presença, e tudo o mais que possa vir do seu serzinho indolente. Assim que funciono. Não me peça para mostrar meus lindos dentes brancos porque o máximo que você conseguirá é o meu sorriso irônico (e dizem as más línguas que a ironia é um dos meus piores defeitos). É mto fácil saber quando eu minto... faço isso mto mal, várias pessoas já me disseram... Mas o contrário também existe... se realmente gosto de você, todos saberão. Incluindo você. Portanto, não queira forçar amizade... Tá entendendo?
Não tenho a menor pretensão de agradar a todos. Não tenho mesmo. Por isso quero que o mundo avesso se dane... E, por favor, não me peça mais isso... Tentei seguir os conselhos alheios e ser política. Sabe o que deu? Agora, as pessoas se acham no direito de opinar sobre a minha vida, ou pior, se acham no direito de querer comandar atitudes minhas. Queridos, vão por mim: não queiram. De verdade. Não tô nem aí se você não gosta de mim. Sinceramente falando. Só digo uma coisa: tenha peito para falar isso para mim e não para outros... Porque o mundo é um moinho e Floripa é uma ervilha. Não estou aqui para agradar ninguém... Vim ao mundo com uma missão mto diferente desta... Sendo assim, tenho certeza que a minha parte do acordo eu estou cumprindo, eu assumo a minha loucura. E vc, está cumprindo a sua?
E como diria o carinha do SAW: "Que os jogos comecem".