sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Opções

Todo término é difícil. Fato. Mas acho que pior do que a perda do dito cujo, é a perda da rotina.

Todo domingo vocês faziam a mesma coisa: ficavam em casa, agarradinhos na cama assistindo à Dança dos Famosos ou então ao Smallville. Gostavam também de ouvir e analisar as letras dos CDs do Frejat, rindo e se deliciando com os versos de amor do carioca mais romântico do mundo. Aos sábados, curtiam aquela bandinha e dançavam juntinhos sob o som de baixos e guitarras. À noite, nos finais de semana, costumavam fazer um lanchinho naquele pé sujo da esquina de casa e, durante a semana, você preparava aquela jantinha gostosa pra vocês dois... Tomavam banho, comiam juntinhos, viam o jornal e/ou a novela e depois de fazer um amorzinho gostoso (ou não) vocês dormiam de conchinha. Pelo menos nos 15 primeiros minutos. Tudo muito lindo.

Mas um dia, alguém resolveu que não queria mais essa vidinha. E só pra colocar uma linha no raciocínio, vamos imaginar que ele não quis mais essas coisinhas aí. Ele resolveu em um bendito dia e em uma bendita hora pôr os pezinhos para fora sua vida. Disse um “sinto muito e adeus” e se foi. Ótimo, ele se foi. Você pode me dizer como fica a vida e a “rotina” depois que ele se foi?

Explique-me, por favor, como continuar ouvindo o Frejat? Como ver Smallville ou a Dança dos Famosos? Como continuar fazendo as caminhadas no final de tarde na orla se aqueles eram os passeios românticos de vocês? Não, sinto informar, não tem como fazer mais. Creia-me, o problema maior não será ele ter te abandonado - coisa a que, aliás, você sobreviverá... O problema verdadeiro será ele ter levado, junto com ele, a sua vida e com ela esse monte de coisinhas que você gostava de fazer e que agora, sinto muito, você não conseguirá mais realizar.Pelo menos por um tempo.

Por um tempo será bom você se privar desses "pequenos EX-prazeres". E esse tempo será mais do que bom... ele será necessário. Porque, por mais que você gostasse de tudo aquilo, não será mais a mesma coisa sem ele. Agora, as músicas, as bandas, os programas de TV, tudo terá um outro contexto que não mais aquele que te fazia suspirar. Por isso, querida amiga, o melhor a se fazer é se afastar um pouco desses eventos. Pelo menos até a dor passar ou até a ferida cicatrizar. Afinal, a menos que você seja extremamente masoquista, você não vai querer ir ao show da banda onde vocês deram o primeiro beijo na semana seguinte ao término, vai? Ou será que pra curar a ressaca moral do término, você quererá passar o final de semana justamente naquela praia em que ele te pediu em namoro (ou casamento, sei lá)? Duvido.

Acredite, depois de um tempo, passa. Tudo passa. Eu, por exemplo, demorei muito tempo para voltar a fazer determinadas coisas e algumas tive que deletar mesmo da minha vida (não dava para continuar assistindo ao Clark Kent depois de perder duas ou três temporadas inteiras - rs). E eu, que sou a rainha das frases clichês, usarei mais uma como ilustração... Sabe aquela frase “Ah... isso me lembra tanto o fulano...." ?? Então, essa frase é real. Certas coisas te lembrarão realmente, fazer o quê? Fugir, óbvio!

O grande lance é conseguir reverter uma coisa que seria ruim (tá, uma coisa que é ruim) em algo que seja bom ou muito bom pra você... Que tal aproveitar a sua então solteirice para respirar novos ares, conhecer novas pessoas, lugares, programas e estilos musicais? “Ah, mas eu gostava daquele jeito....” Mulheres... sempre querem choramingar pelo leite derramado.. Eu sei que você gostava, mas já pensou na possibilidade de encontras novos gostos e quem sabe até um novo gato nessas novas andanças? Hein, hein?!?! Gostou da ideia, né? Eu sabia... rs Pensa assim: Vai que numa dessas de novas escolhas, aparece um novo ser que vai te trazer novas rotinas, novos cotidianos e novos seriados pra sua vida... Ui, delícia!

Garanto que depois de um tempo você conseguirá ouvir a coleção de cds novamente sem mais doer. Até vai lembrar: "Poxa, o fulano gostava desse cantor", mas não passará de uma recordação. Não doerá mais. E quando você olhar pro lado e ver o novo gatão, vai pensar: “Será que eu não tinha nada mais útil pra fazer do que ficar em casa assistindo ao Faustão nos domingos????” Vai te fazer falta nos primeiros meses? Vai, não vou te iludir. Mas depois, você tira de letra... O ser humano supera tudo... Pensemos então assim.... Tudo pode ser utilizado a nosso favor. Basta estarmos dispostas a isso. Por que eu vou ficar me lamentando porque não "posso" mais caminhar pela orla? Sabe o que farei ? Caminharei pelo parque... É assim que as coisas funcionam... E quanto a dor passar, olha que maravilha, eu passarei a ter não apenas uma, mas sim duas opções: a orla E o parque! Vamos então olhar pra frente, enxugar as lágrimas e abraçar o que a vida nos oferece. Afinal, “tudo tem o lado bom... até um pé na bunda nos atira pra frente!” Combinado então ? E morte à viuvez rotineira!!!

Um grande beijo e até a próxima!

3 comentários:

Lilian disse...

É...é definitivamente um luto! Ter que se distanciar de tanta coisa, ou mesmo passar a ver de uma forma diferente aquelas coisas das quais não podemos fugir...não é fácil!
Sabemos disso! Mas também sabemos que superamos isso. Graças a Deus!
Adorei a forma como o texto terminou...que venha o novo!

Nathy disse...

É verdade! Tem até uma crônica da Martha Medeiros que fala mais ou menos o que vc diz.

Nathy disse...

Ah, pé vemelho é gente que veio do norte do paraná...hehehe. bjs