domingo, 27 de março de 2011

Ela, a dor

Saudade é mesmo uma coisa estranha. É uma dor que fica ali, escondidinha, fingindo não existir, ou melhor, esperando o momento certo para aparecer. E de repente, por um motivinho de nada, ela aparece, diz um oi safado e resolve mostrar toda a sua força. Sim, porque a danada tem uma força enorme. Gigantesca.

Nunca sei o que fazer com a saudade que sinto de muitas coisas. Na maioria das vezes, eu tento fazer como todo mundo: finjo que não a sinto, ignoro, ou pelo menos finjo que ignoro. Mas tem dias, ou semanas, ou momentos em que é impossível ignorá-la. Tenho a impressão de que tem dias, semanas ou momentos que esta saudade que sinto resolve me atormentar mais do que o normal, sendo desencadeada por sonhos, imagens, lembranças ou pessoas que insistem em me lembrar de coisas que passo o dia lutando para esquecer. Mas, algumas vezes, ela simplesmente surge, por vontade própria, e nos lugares mais inapropriados. E aí, quando isso acontece, não tenho muito o que fazer: sinto o nó na garganta de sempre, o coração aperta, parece querer explodir, os olhos marejam. Enfim, é um saco. Repito: nunca sei o que fazer com a saudade que sinto de muitas coisas.

Agora, por exemplo... estou aqui com o nó de sempre e com aquela já conhecida dor no peito. Meus olhos estão me boicotando e as lágrimas insistem em brotar, querendo dar um oi pra vida aqui fora. Sim, hoje a saudade me tomou de assalto. Ela já vinha me rondando a semana toda, e eu passei os sete últimos dias lutando e fingindo com todas as minhas forças de que ela, a dor da saudade, não me alcançaria. Mas ela, como sempre, se irritou e resolveu mostrar que eu não sou nada quando ela resolve aparecer... E não sou mesmo, pelo visto.

Ok, eu me rendo. Você venceu. Dá pra ir embora agora? Quero viver sem a sua presença... Será que um dia será possível?